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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O PODER DA AMIZADE NÃO TEM PARTIDO, por João Maria Ludugero

O PODER DA AMIZADE NÃO TEM PARTIDO, 
por João Maria Ludugero

Flores amarelas, cachos dourados
de acácias espalhadas pela rua S. Pedro,
o canto de um pássaro verde,
o perfume da erva-cidreira,
o ar puro da esperança renovada...
Minha mãe Maria costurava na varanda,
da cozinha vinha um cheiro de chá,
de milho verde...de munguzá, de pamonha
um sabor doce de canjica
com cravo e canela...
São os sabores da minha Várzea das Acácias,
num alarido que rescende à velha infância.
Nesse tempo, tempo bom de embalar sonhos,
de acordar me ninando a brincar sem partido,
sem ficar de mal na guerra das mamonas,
brilhando a mente ao porvir, sem medo
de acreditar na força da mente sã
de fazer amigos pra toda vida,
até depois que a gente cresce, 
sem deixar que nada possa a amizade trincar
feito aquele diamante que, fraturado,
perde o seu valor, de cara, a olho nu...
Uma amizade pra sempre, de confiar
dia-após-dia, sim, o dia mente não,
diamante verdadeiro, precioso
sim, pedra rara de se ter,
amizade verdadeira, pra valer
sem essa apartação ao meio-termo,
de um lado bacurau, do outro corujão...
Não quero ter um coração partido, 
carecemos, sim, unir as nossas forças
por uma Várzea melhor e mais unida!

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