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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

SERIGUELA (POEMA COM ÁGUA NA BOCA), por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

SERIGUELA (POEMA COM ÁGUA NA BOCA), 
por João Maria Ludugero

Plantei um pé de seriguela
Lá no quintal da minha modesta casa. 
Já vislumbro ele carregadinho de frutos
Começando a amadurecer, tão bonito,
Atraindo sanhaços pro meu jardim.
Mas que riqueza! 
Vou poder acordar cedo 
Pra adubar a terra, 
Cuidar da lida com avidez 
Só pra ver de perto brotar, reverdecer 
Meu pé de seriguela no maior carrego!
Só de pensar já fico com água na boca.
Quero me fartar, colhendo o dia com gosto 
Cheio de frutas verdes, amarelas
E vermelhas, vou me pendurar afoito
Nos galhos, alimentar minhas brincadeiras.
Já descobri que tenho alma de passarinho
E quero lá fincar uma vida inteira, de certo,
Escutando a vida a se morder com os olhos,
Livre e solto nas estripulias de menino
Encantado nessa cantiga regada 
Pela polpa amarela da seriguela,
Ao me derramar inteiro 
Em suprassumos e néctares
Pelas quatro bocas da minha Várzea!

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