VÁRZEA-RN EM TINTAS DE DEUS,
por João Maria Ludugero
Os meus acordes sonham na ponta do lápis
A fim de ganhar forma, cor e aroma.
Enquanto não se pintam, não se animam.
Eu digo que são botões de rosas desabrochadas em canteiros,
Meando do florescer da existência nas tintas de Deus.
Que solavanca a sua essência na candura do papel,
Numa ciranda de jasmim-manga em pétalas.
Abraçam-nos as fitas de seda azul, papel crepom,
Quando avança o sol disposto no peitoril da janela
A partir dos nichos sagrados da rua grande.
Sou como pássaro aureolado em lumes
Ainda dependurado na algarobeira da praça do encontro,
A sonhar com as nuances do sorriso varzeano
Ao contemplar o fulgor do renovado alvorecer.
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