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terça-feira, 10 de março de 2015

VÁRZEA-RN EM AGRESTES TEMPERANÇAS, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

VÁRZEA-RN EM AGRESTES TEMPERANÇAS,
Autor: João Maria Ludugero


Não só de manjar na lida,
Quando eu me amei de verdade, com afinco,
Compreendi que em qualquer circunstância,
Eu estava de coração partido de saudades,
Sem qualquer medo da cuca esbaforida,
No lugar certo, a andar, a correr dentro,
Na hora certa, a voar alto, destemido,
No momento exato, sem furdúncio ou alarido
A quebrar o pote da fantasia, abrindo cancelas,
Hoje eu sei que isso se chama... VARZEANIDADE.
E, assim, de tal sorte, eu sou mesmo de assanhar
Até os pelos da venta, sem vergonha do destemido tô-fraco
Dos eufóricos e bem-apanhados guinés ou galinhas-d'Angola
Lá pelo Itapacurá de Tio João Pequeno das macaxeiras,
Batatas-doces, queijos, coalhadas, pimentas malaguetas
Entre outras vastas temperanças de cravos, alhos e cebolas-roxas
Ou pelo sítio tão carregado de umbus, laranjas, cajás, jacas, cajus,
Canas-caianas ou curimbatórias, além de tantas e quantas pitombas
Na seara da inesquecível Julieta Alves, Avó de Edileusa Alves da Cunha.

LUDUGERO, IRMÃO-CORAGEM DA VIDA, por João Maria Ludugero

 
 
 
LUDUGERO, IRMÃO-CORAGEM DA VIDA,
por João Maria Ludugero

Não só de manjar na lida,
Mas a vida é para quem sabe viver,
pois ninguém nasce já pronto.
A vida é para quem é ávido e corajoso
O suficiente para se arriscar, experienciá-la
E ser humilde o bastante para aprender
A andar, a correr dentro e a voar alto,
Sem medo da cuca esbaforida, 
Mas, se preciso for,
Sem a pretensão de ser cabotino,
Que seja de assanhar 
Até mesmo os pelos da venta!

segunda-feira, 9 de março de 2015

A VÁRZEA DO JOÃO MADURO, MENINO LEVADO DA BRECA, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
A VÁRZEA DO JOÃO MADURO, MENINO LEVADO DA BRECA,
por João Maria Ludugero

Me agarro nesse menino 
João maduro Ludugero, 
que tem a visão tranquila,
Os olhos mais bonitos, eufóricos,
a boca aguada de tamarindo,
o coração marejado de saudades,
a transbordar pelos meus olhos d'água, 
Me atiço nesse menino levado da breca, 
que tem os dias sadios a degustar cajá-manga,
que é cará ou jacundá no rio Joca, 
que é bicho solto e destemido, 
bem-apanhado na vargem de Ângelo Bezerra,
seara da inesquecível madrinha Joaninha Mulato,
terna mãe de Seu Jacob, Bita, Beija e Nezinho...

Me apanho nesse moleque medonho, 
que tem o encanto do agreste apesar do estio, 
Um potro sem sela e fogoso esperando por domingos...
Me amparo nesse menino astuto bem-te-vizinho, 
bem colado na lida, com visgo de jaca que brinca comigo,
enquanto meus filhos Jordana e Igor estão dormindo,
será que ele cresce, ó menino assanhado, 
doido para quebrar o pote em fantasias?

Sanhaço só que me faz pouco caso ao formoso mamão maduro, 
e um dia acorda em seus sonhos e levado me aesquece? 
Preciso desse menino engatilhado no carrinho de rolimã,
que tem na sua algibeira tantos segredos e chaves, 
que abrem porteiras, desatam os nós das cancelas 
dos verde-musgados Seixos, das Formas do gado Bravo, 
do Marcaujá, do Umbu, do Itapacurá dos Ariscos de Virgílio Pedro,
sem esquecer da Nova Esperança dos beijus, das tapiocas, 
dos grudes de goma e cocadas de dona Tonha de Pepedo...

Careço desse menino potiguar papa-jerimum, 
bem apegado a babau de batata-doce com leite de coco, 
a tomar banho de riacho, bem apanhado em sua água de cacimba,
que lava meus dias e os deixas quarando num sol a pino,
a escutar a solene cantiga do bonito sabiá, do pintassilgo,
do galo-de-campina, dos curiós, da andorinhas e patativas 
dos alegres passarinhos do agreste chão-de-dentro...

Preciso desse menino, que tira ouro do milho-zarolho,
fazendo cuscuz de fubá ou mungunzá de dar água na boca,
da vida o destino, com sua navalha cor de alumínio, 
Necessito desse menino, pelas bermas da ávida lida
que eu bem-carrego aqui dentro do coração partido.
Sem ele eu perco todo encantamento por ter crescido,
será que ele cresceu ou permanece possante menino? 
Será que me faz pouco caso ou será que bem-disposto 
e bem-apanhado um dia me esquecerá no batente da vida?

VÁRZEA-RN: SEARA DA PAZ E DA CANTIGA DE PASSARINHOS, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
VÁRZEA-RN: SEARA DA PAZ 
E DA CANTIGA DE PASSARINHOS,
por João Maria Ludugero

Retornar à varzeanidade 
significa estar
na mais singela quietude 
da beleza astuta,
e estar em estado de paz 
significa retornar
à verdadeira e viva varzeanidade 
da vida agreste
dos sanhaços, 
andorinhas, 
pintassilgos, 
tetéus, 
sabiás,
patativas, anuns, 
canários-da-terra, 
galos-de-campina
e bem-te-vizinhos 
da Várzea de Ângelo Bezerra.

VÁRZEA-RN: RECANTO DO POETA JOÃO MADURO LUDUGERO, por João Maria Ludugero


 
 
 
 
VÁRZEA-RN: RECANTO DO POETA 
JOÃO MADURO LUDUGERO,
por João Maria Ludugero

João Maria Ludugero é o nosso menino levado da breca, 
mestre de tamanha varzeanidade, 
o bem-te-vizinho que sabe fisgar 
do trivial a dimensão varzeana da vida agreste, 
com requintada simplicidade e 
sem exageros. 
Não terá substitutos porque é especial 
e escreve com afinco tudo que se mete a criar, 
é mesmo um arteiro João maduro 
este poeta menino cabra da peste 
que não tem medo da cuca esbaforida e,
se preciso for, é mesmo de assanhar 
até os pelos da venta!´

AOS DA MINHA VÁRZEA DE ÂNGELO BEZERRA, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
AOS DA MINHA VÁRZEA DE ÂNGELO BEZERRA,
por João Maria Ludugero

Assim como o menino João maduro Ludugero
deixou o estio do agreste do bem-te-vizinho
para conhecer a largueza do mundo,
de tempos em tempos precisamos
de coragem para sair da seara varzeana
de Ângelo Bezerra e conhecer novos cenários,
sem que, essa atitude, venha significar que abandonamos
a nossa Várzea de São Pedro Apóstolo, amada terra potiguar
da rezadeira Dalila Maria da Conceição e de Mãe Claudina,
senhora de tantas luzes alvorecidas a andar, a correr dentro
e a voar alto, sem medo da cuca esbaforida, mas, se preciso for,
somos de assanhar até mesmo os pelos da venta,
de coração partido a transbordar em nossos olhos d'água,
marejados de tantas e quantas saudades por se encontrar longe
da nossa Várzea da inesquecível madrinha Joaninha Mulato,
distantes dos banhos no açude do Calango e dos mergulhos
nas enchentes do rio Joca, cheios de tamanhas recordações.

domingo, 8 de março de 2015

DEFINIÇÃO DE VARZEANIDADE, por João Maria Ludugero

 
  
 
 

DEFINIÇÃO DE VARZEANIDADE,
por João Maria Ludugero

A varzeanidade está na vida, a andar, a correr dentro, a voar alto,
no universo das letras dos versos consentidos, nas palavras a partir do agreste interior da Várzea da benzedeira Dalila Maria da Conceição…

Aprendi que para varzeamar é necessário saber encontrar a simplicidade de viver e olhar o mundo ao meu redor como algo bonito, um elo que tem sempre algo a me dizer, desde as quatro-bocas ao desvão das antigas esperanças renovarzeadas...
Mas se preciso for, sou o menino João maduro Ludugero levado da breca que, sem sombra de dúvidas, assanha até mesmo os pelos da venta, sem qualquer medo da cuca esbaforida!

O conceito puro de varzeanidade é beleza, e a beleza está em tudo
de uma forma muito particular. Não é preciso parar geral, ir para um cenário apropriado e meditar profundamente para encontrar esta beleza. Basta olhar com o desejo de ver o que o poeta menino João maduro Ludugero levado da breca, eufórico, astuto e arteiro, deseja reproduzir. Daí, brota a minha poesia acerca da disposta varzeanidade plena...