O LIVRO E A CACHAÇA,
por João Maria Ludugero.
Não é só de manjar ou cubar a lida,
Mas, é bem sabido, que o livro é um fiel amigo nas mãos,
Alimento da mente, inenarrável fonte de sabedoria.
A cachaça é água ardente em travo, estalido de língua,
Sabor à comida, asas no espírito substanciando o intento.
Enquanto aquele é útil, melhora dia-após-dia as coisas insossas;
Esta por vezes deixa sequelas, provoca a cuca
Porque fomenta o impulso da paragem difícil...
Nos anos porvir, que não mais tardam,
Calcorreando as velhas ruas da pequena Várzea,
E as novas ruas abertas além das quatro bocas do impossível,
Saborearemos em viagens da memória a cachaça proibida
E cantaremos os livros de histórias e poemas mágicos e distantes.
Para já sugiro que travemos a pressa dos anos,
a solavancar o feitiço de reverdecer a vida da gente,
começando a gostar de ler e viajar dentro do interior da poesia.
Por isso convido-te numa destas noites varzeanas,
A acolheres minhas palavras soltas e alinhadas
Nos simples poemas que faço, pousando os olhos
Nas palavras e a escorropichares o espirituoso,
Que acompanha minha prosa poetizada,
Nascido em terras potiguares, papa-jerimuns
E destemidos comedores de camarão no alguidar
A deglutir o meandro dos entardeceres amenos,
Que te trará ávidos e calorosos vapores no nariz
E te encurtará a sede quando passada a garganta,
Se espalhar a correr dentro e alto pelo corpo todo,
Antes de me assanhar até com os pelos da venta!
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