FASCÍNIO,
por João Maria Ludugero.
Mesmo agora longe do teu abraço,
Ainda assim me sustento,
Nele me asseguro, sinto firmeza,
Desamarro nos teus laços meus temores.
Apanho-me, atrevido ao arrebatamento.
E assim, sem tirar os pés do chão,
Viajo dentro do alto, horizonteio-me,
Dedico-me a contemplar essas coisas
Que me completam e me dão prazer:
Sinto-me livre, leve e solto ao beber
No céu da tua boca de suaves licores,
Sinto o beijo da brisa
Que passa por mim, e fica
Como chuviscos a cair
Cheios do céu, de súbito,
A desnudar meu corpo
Vestido de contente,
Sinto-me a andar com asas, e consigo,
Piso descalço na areia morna do rio,
Ardente, agarro o sol com a mão
Num belo fim de tarde
Que alaranja o céu...
Sim, a essas coisas pequeninas dou cabimento,
Pois elas caem como chuva com sol radiante
A me ninar em cores fascinantes,
A banhar minha alma de enorme paz!
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