POESIA NÃO TEM HORA,
por João Maria Ludugero.
Escrevo poesia.
Escrevo com a alma
de dentro pra fora
vice-versando,
de fora pra dentro,
vou descobrindo o sabor
das palavras que me vão consentindo
escrever sempre, com afinco,
como um menino arteiro, levado da breca,
que tomou gosto em pegar carona
nas crinas do cavalo-tempo,
contente da lida que só vendo
a tanger as letras, a pintar o arco
do que der na telha, avante na poesia.
Apenas.
Há tempos escrevinho.
E sei que escreverei mais (e mais...)
Estarei (mesmo que distante)
Ao seu lado. Encantado.
Apenas... Escrevo poesia.
Algo assim como quem acha
a alma nas coisas simples,
como um amante faz amor sem hora
nem medo do porvir (que venha!),
nem da dor se a dor chegar,
sem esperança de curar a dor,
como faz o poeta a colher o dia,
a apanhar sonhos, de súbito,
leira a leira, linha a linha,
sem parar de se criar em versos.
Escrever pra mim é mesmo sina.
É riqueza.
Apenas.
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