UM DOCE MAREJAR NOS TEUS OLHOS DE JABUTICABAS,
por João Maria Ludugero.
E os teus olhos, olhos de relance igual
Ao reluzente breu das jabuticabas...
Adocicados de tal sereno da tarde amena...
Quem tu observas a esvoaçar dentro e alto,
Mal te vê! mal sente a alma que desfolhas,
Fielmente, como às folhas de um romance.
Essa colmeia no teu olhar, esvoaça e adeja à toa,
São abelhas de amor; meladas bailarinas afoitas.
Admiro-as, uma a uma, e o zumbido das traquinas
Ouvir-se-á pelos sítios da Várzea das acácias.
Bons ares de pérolas nunca antes areadas.
Em poses, em gestos, dás vida à lida,
Revelada por halos de flama e vapor.
Se fosse só o olhar! mas o olhar é tanto,
Assim me dizes! e eu canto-te, silencioso,
E as asas, libertas, mesmo atadas ao teu encanto.
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