VÁRZEA-RN: SAUDADES DO CHÃO DE DENTRO,
por João Maria Ludugero
Na minha chã lucidez,
Sem véu de alegoria,
A quebrar o pote da fantasia,
Sei que um dia poderá chegar a morte ao léu,
Na forma de tal monja silenciosa ao desvão,
Que me levará também, só, entre jasmins,
para a outra vargem desta abrupta solidão...
Com que me espaireço, agora, esta chegada
De volta à minha Várzea, ao chão de dentro,
Vendo que quase todos já se foram, um a um,
Levados pelo cata-vento, para o andar de cima?
Com quem dividirei minha gargalhada,
Se não encontro mais, aqui, nenhum
Dos companheiros da velha infância,
Que o tempo arrebatou, frágeis anuns?
De que me vale perguntar à essa morte
Por que os levou, para além do horizonte,
Se essa doida senhora não responde à indagação?
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