LUDUGERO AOS SOLAVANCOS,
por João Maria Ludugero
Minha alma anda fora do ente.
Logo que nasci bem que tentaram
Prender-me a si mesmo.
Ah, mas eu fugi, a correr dentro,
Oásis-meado a contento, evadi-me,
Desertei do pátio da lida,
Aprendendo a ser Ludugero
Desde que me entendo por Ludugero.
Se a gente se cansa de repassar
Pelas bermas do mesmo caminho
Do mesmo acreditar no apurado afinco
Por que não se achar além do labirinto?
Minha alma procura-me ninar,
Mas eu ando bem destemido e tal...
Oxalá que ela me assanhe em afoito colibri
E nunca me encontre só adejando ao vento,
Pois caibo além no vigoroso calibre
De ouriçar até os pelos da venta...
Ser um é ser feito cela esbaforida,
Ser eu é não ser apenas coisa do ente,
Viverei fugindo à torta e à direita, de banda
Mas vivo a valer, isso me induz ao audaz intento
De redobrar a esquina ao clarão da tarde amena.
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