A ETERNA RIQUEZA,
por João Maria Ludugero.
O que é a verdadeira riqueza?
Para um, um sapato ou uma velha camisa já é riqueza.
A riqueza de um homem está no seu coração.
É no seu coração que ele é o rei do mundo.
Ao passo que outro é pobre com dez milhões.
De cubar a lida, inveja-se a riqueza de outrem,
Mas não o trabalho com que ela se granjeia.
Logo, viver não exige a posse de muitas coisas,
Já morrer rico advém da extrema incompetência.
Há riqueza bastante no mundo aliadas às necessidades do homem,
Mas não para a sua entretida e alvoroçada ambição.
A sociedade é composta por duas grandes searas:
Aqueles que têm mais manjares que apetite
E os que têm mais apetite que manjares.
Não só de manjar, mas é a súbita pobreza que nos abre os olhos,
Em contrapartida de que a alta fortuna lhes havia mantido fechados.
Portanto, é de boa ciência, que a riqueza influencia-nos como a água do mar.
Quanto mais a bebemos, mais aumenta a sede que nos se achega.
Apenas a devia ser possuidor quem tem espírito:
Não sendo assim, a riqueza é um perigo público!
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