aBUNDância,
por João Maria Ludugero
A bunda que abunda é uma bunda abundante.
Quem nela seu olhar não fixa,
Fica com a alma carrancuda de rancor
Porque a tristeza e melancolia abundam
E a bunda astuta passa além de risonha
E quando ela circula todo mundo espia
Não para a face embora ideal e formosa
Mas para a bunda, que abunda maravilhosa
Que a bunda se esbanja em tamanha magia
Remexe, requebra, rebola, rola, rodopia
Numa expressão faceira e maravilhosa,
Deve ser uma bunda dourada ou cor de rosa
Da cor do sol quando alvorece o dia...
E a Raimunda que sabe que sua bunda é boa
Vai pela rua rebolando rosa-amorenada à toa
Deixando a multidão em alvoroço
Com todos a fitar o balaio da Raimunda,
E haja estripulia nesse compasso ao léu...
E eu, que a contemplo em relevo de ânimo
Vou vendo aquilo que corre a ganhar o mundo
E ela medonha levada da breca,
Vai danada e arteira ao aclive do belo
Expondo com sua arte rotunda além da bunda
Da desnuda compostura que faz valer tudo!
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