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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

ADEUS-SE, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

ADEUS-SE, 
por João Maria Ludugero. 

Ainda não digo adeus à minha Várzea tão querida 
Que ao largo da sua paz há anos me entreguei. 
Não digo ainda adeus à verde grama da Vargem, 
À flor nascida na seara do Vapor de Zuquinha 
Em profusão na Várzea em que as plantei. 
Como dizer adeus às mangueiras dos Ariscos e Seixos, 
Como dizer adeus aos cajueiros e cajás-mangas, 
Festa colorida das manhãs de que nunca esquecerei. 
Como dizer adeus à cachoeira dos damas do rio Joca 
Que me banhava em dias que acordei. 
Como dizer adeus às coisas todas que eu amava, 
Aos latidos dos cães quando chegava no Retiro de Seu Olival 
Como proferir adeus ao aroma forte do jasmim? 
Adeus aos beija-flores do Maracujá, às cigarras, 
Não se romperam, afinal, tantas amarras, 
Como dizer adeus à velha infância 
Daquele tempo feliz dentro da Várzea? 
Só se for de coração partido 
Ou dizendo intenso adeus a mim!

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