ADEUS-SE,
por João Maria Ludugero.
Ainda não digo adeus à minha Várzea tão querida
Que ao largo da sua paz há anos me entreguei.
Não digo ainda adeus à verde grama da Vargem,
À flor nascida na seara do Vapor de Zuquinha
Em profusão na Várzea em que as plantei.
Como dizer adeus às mangueiras dos Ariscos e Seixos,
Como dizer adeus aos cajueiros e cajás-mangas,
Festa colorida das manhãs de que nunca esquecerei.
Como dizer adeus à cachoeira dos damas do rio Joca
Que me banhava em dias que acordei.
Como dizer adeus às coisas todas que eu amava,
Aos latidos dos cães quando chegava no Retiro de Seu Olival
Como proferir adeus ao aroma forte do jasmim?
Adeus aos beija-flores do Maracujá, às cigarras,
Não se romperam, afinal, tantas amarras,
Como dizer adeus à velha infância
Daquele tempo feliz dentro da Várzea?
Só se for de coração partido
Ou dizendo intenso adeus a mim!
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