Quando perco o sono,
Quando me sinto a perambular
Quando me sinto a perambular
A andar pela casa a divagar
E as pálpebras me secam os olhos,
E as pálpebras me secam os olhos,
Eu não deixo a noite me passar em branco.
Logo, lúcido aciono meu louco pincel de poeta.
Eu acendo todos os sóis, deixando a luz entrar.
Logo, lúcido aciono meu louco pincel de poeta.
Eu acendo todos os sóis, deixando a luz entrar.
Adentro no ânimo das palavras
Dando-lhes cores, como quem pinta.
Busco engenhá-las ao próprio contorno
Busco engenhá-las ao próprio contorno
E até dou-lhes outras estampas.
Sou peregrino das letras,
Não me canso de ser assim
Eterno aprendiz na lida,
Ora varo o mundo, de sentinela.
Ora ele me engole, de súbito.
Mas tenho um coração que estala
Num bater de cascos incansável, acordado.
O que me faz avançar o passo, o que me salva,
O que dá azo às letras que alinho,
Reavivando as palavras que engendro,
De certo, é mesmo ser feito
Sou peregrino das letras,
Não me canso de ser assim
Eterno aprendiz na lida,
Ora varo o mundo, de sentinela.
Ora ele me engole, de súbito.
Mas tenho um coração que estala
Num bater de cascos incansável, acordado.
O que me faz avançar o passo, o que me salva,
O que dá azo às letras que alinho,
Reavivando as palavras que engendro,
De certo, é mesmo ser feito
Este prisioneiro em liberdade.
Assim aprendi a escrever Amor.
Foi como andar de bicicleta,
Nunca mais me esqueci do ensinamento.
E nessa toada, eu canto e danço a brincar
Com versos que me abrem belos horizontes.
E, melhor, não me trincam os vidros das janelas.
E assim me oriento eu comigo mesmo,
E consigo.E até me encontro no espelho,
Num modo de sair da solidão
Que um espírito tem no corpo.
Sim, eu acredito no corpo.
Assim aprendi a escrever Amor.
Foi como andar de bicicleta,
Nunca mais me esqueci do ensinamento.
E nessa toada, eu canto e danço a brincar
Com versos que me abrem belos horizontes.
E, melhor, não me trincam os vidros das janelas.
E assim me oriento eu comigo mesmo,
E consigo.E até me encontro no espelho,
Num modo de sair da solidão
Que um espírito tem no corpo.
Sim, eu acredito no corpo.
Eu medito, penso, pondero.
Eu maturo, eu recrio e até me desnudo a rigor
sem ultrajar o uniforme vocabular,
para dedicar-me com afinco
Ao repouso intelectual
Só para, mãos à obra, mostrar
O encontro da matéria táctil
A primar com o espírito,
Numa simbiose sem fim.
Trabalhando à luz, de frente
para dedicar-me com afinco
Ao repouso intelectual
Só para, mãos à obra, mostrar
O encontro da matéria táctil
A primar com o espírito,
Numa simbiose sem fim.
Trabalhando à luz, de frente
De noite, sem medo eu me adenso, pro verso
Numa tensa e intensa vigília,
Sem os apetrechos da subordinada oração,
Com ou sem rimas, desfio meadas,
Conjecturando palavras coordenadas,
Especulando ganhar eiras de um mundo novo,
Não me desespero, ainda acredito,
Costurando meus verbos e atitudes.
Numa tensa e intensa vigília,
Sem os apetrechos da subordinada oração,
Com ou sem rimas, desfio meadas,
Conjecturando palavras coordenadas,
Especulando ganhar eiras de um mundo novo,
Não me desespero, ainda acredito,
Costurando meus verbos e atitudes.
E é por tudo isso que me perco
Em coisas que, para os outros,
São migalhas. Transeunte eu divago,
Em coisas que, para os outros,
São migalhas. Transeunte eu divago,
Eu me acho nelas, quando tudo parece ao descaminho.
Quando me atrevo a escrevinhar, alumio-me na fonte.
Por isso eu navego, sóbrio, de olho aceso,
Nas boreais madrugadas em claro.
A Poesia tanto me faz levantar os pés do chão
Que até levito, fascinado me acho a andar descalço,
Num chão em brasas e não as sinto,
Até na trilha mais incerta e mais erma,
Não me perco nas bermas do caminho.
Mas se me perguntarem o que é ser poeta,
Eu diria, de pronto, sem titubear na dúvida:
Ser poeta é mesmo uma bênção.
É ter o dom de ter/ser vida em transe
Até na natureza morta!
Por isso eu navego, sóbrio, de olho aceso,
Nas boreais madrugadas em claro.
A Poesia tanto me faz levantar os pés do chão
Que até levito, fascinado me acho a andar descalço,
Num chão em brasas e não as sinto,
Até na trilha mais incerta e mais erma,
Não me perco nas bermas do caminho.
Mas se me perguntarem o que é ser poeta,
Eu diria, de pronto, sem titubear na dúvida:
Ser poeta é mesmo uma bênção.
É ter o dom de ter/ser vida em transe
Até na natureza morta!
Vais achas estranho mas a palavra "ELUCUBRAÇÕES " já me veio à mente várias vezes que te li...
ResponderExcluirlol
Boa noite, Dr. João Ludugero,
ResponderExcluirEis aqui um dos mais lindos poemas que já li. Sem modéstia alguma,és único em tuas elucubrações poéticas! És moderno, atualíssimo,original.
Para fazer teu poema, foste fundo bem lá nas entranhas da alma e buscaste luz... Que beleza de letras e como dizes, do modo que o fazes, é perfeito. És um clarão na alma da gente. GRANDE POETA. Tu não precisas nem de rima, tens o dom necessário para fazer Poesia. És um poeta nato, com todas as letras, és realmente dos bons. Continues assim.
Abraços,
Maria Adelaide Couto Cintra.
Professora de Literatura - UnB - Brasília.
Quando li esses versos pensei cá comigo: Onde estava esse blog que eu nao tinha visto antes????
ResponderExcluirEstou seguindo e linkando, só porque encontrar um semelhante que escreve com amor e paixao é raro!!!
E também porque quando poetizo também ascendo todos os sóis...
Milhoes de beijos
Aproveitando quero também te convidar pra participar do sorteio do Blog
ResponderExcluirReticencias...
o blog Reticências irá sortear com um de seus seguidores: um template
personalizado ao seu gosto, de acordo com suas vontades e desejos. A
personalização inclui tudo o que o ganhador desejar: recursos, gadgets,
otimização, cadastramento em sites de pesquisa, botões, e tudo o mais
que sua imaginação quiser! Feito pela Elaine Gaspareto do blog Um Pouco
de Mim.
http://www.reticenciando.com/2011/06/sorteio-um-template-personalizado-para.html
Espero que participe. Desde já boa sorte viu?
Milhoes de beijos
Poeta... que lindo seu texto todo traçado em poesia... me identifiquei com ele em vários momentos... Simplesmente maravilhoso...
ResponderExcluir"...acendo todos os sóis..." levo comigo essa frase tecida em poesia...
Um lindo dia! Su.
Confesso que estou gostando de tua poesia cada dia mais, cada vez melhor. E quanta cultura! Tenho aprendido coisas novas, estou até com um caderninho para fazer anotações. Seu blog é demais! Tô adorando vir aqui todos os dias e te indiquei a uma legião de amigos e colegas lá da Faculdade que adoram Poesias. És sensacional, poeta! Que bom que te achamos! Tua poesia nos conquistou a todos. Sabia? À toda hora a gente volta aqui para te ler. É muito gratificante. Desculpe-me a franqueza, mas és DEZ!!!!
ResponderExcluirAbraços,
Luiz Augusto P.Vieira
USP - SPO.
Gosto de Poesia assim, me identifiquei muito com teus textos. Cansei de poesia melosa, daquela coisa parnasiana, ultrapassada! És contemporâneo, livre, solto, uma delícia te ler e entender. És claro e prende do início ao fim com teu poema de muitíssimo bom gosto. Sou tua fã de carteirinha. Gostei demais de vir aqui e estou maravilhada com teus escritos. Já li vários. Quero e preciso te ler tudo aqui, portanto, quero voltar e reler teus poemas mais antigos. Teu blog está lindo, bem feito, com excelentes textos e temas. PARABÉNS!
ResponderExcluirEunice Belinni Pucci.
Rio das Ostras.
Querida M.,
ResponderExcluirObrigado pela associação do tema elucubrativo à minha pessoa. Por instantes chego a pensar que me conheces de pertinho! Acho que meu santo bate com o teu.
Gosto de escrever à noite, fazer vigília, varar a madrugada adiante agarrado às letras.
Gosto de ir fundo nas minhas cogitações. Tenhas uma ótima semana, no mínimo, de iluminadas elucubrações.
Abraços do seu Amigo
João, poeta.
Menino lindo!!! Que encanta meu sentimento...
ResponderExcluirPresente pra vc:
http://diariodakiro.blogspot.com/2011/06/selinho-ao-diario-da-kiro.html
Saudades ♥
Bom dia Ludugero, obrigado pela visita ao meu blog e por segui-lo também. Deu pra notar que já sigo este espaço de poesias belas.
ResponderExcluirPS: Ao ver seu nome, quando da visita ao meu blog, não pude deixar de lembrar do Coronel Ludugero e da música A Flor do Ananás (http://www.4shared.com/audio/UxUo_W9o/f.htm) que muito escutei quando criança.
Abraços e parabéns pelo blog.
Abraços
A noite não te deixa, nem a ti nem ao teu versejar, passar em vão, com toda a certeza. Parabéns.
ResponderExcluirPronto: o que posso dizer!? :)
ResponderExcluirQue gosto e que continuo a ter inveja:)
Abraço
Grazas pola tua visita o meu blog e un pracer haber conocido o teu... perdereime nas tuas letras.
ResponderExcluirBiquiños grandes.
Olá, João Ludgero
ResponderExcluirMuito obrigada pela sua visita.
Gostei muito deste seu poema, da maneira como escreve.Voltarei para apreciar melhor.
Vou passar a segui-lo.
Abraço.
Olinda
"Eu não deixo a noite me passar em branco.
ResponderExcluirLogo, lúcido aciono meu louco pincel de poeta."
João... lindíssimo poema!!! Mas esse pedacinho me chamou atenção! Você é demais!!!
PARABÉNS... GRANDE, GIGANTE, EXTRAORDINÁRIO POETA!!!
Tenha uma ótima noite! Beijos
"A Poesia tanto me faz levantar os pés do chão
ResponderExcluirQue até levito, fascinado me acho a andar descalço...,"
Se fizesses um hemograma decerto viria no resultado:
"milhares de células poeticais de permeio a citologia normal existente..."
Nossa!
ResponderExcluirser avaliado por uma professora de literatura...não posso nem deixar meu comentário...só digo que vc é muito apressadinho,rsrsrs,ser poeta é mesmo uma benção!
Tú sabes conquistar e por cima colocas muita informação...
Bjs para aquecer teu blog!
Tú ainda me conheces?