Maria Rita enfeitiça
Qualquer ser vivente que sinta.
Dizem que ela nunca envelhece,
Que faz caretas, estira o maior dos dedos
E até dá ares de graça aos arremedos,
Que mora no mundo da lua nova,
Que é doida de pedra, com cara de meter medo,
Que vive nas nuvens feito uma doida varrida.
Só sei que apesar das chacotas de costume,
Só sei que apesar das chacotas de costume,
Apesar das ofensas, do acinte e dos seixos
Que lhe são atirados, não mais revida,
Ela não mais se prostra, ainda mais se mostra
Toda vez que sai pela tarde amena
Da minha Várzea das acácias,
De saia rodada, de tranças coloridas
Ela tão bem faz à minha cabeça,
Assoprando sua gaita de boca.
É o retrato da própria alegria ambulante
E a rua toda pára só pra ver Maria Rita
Levar a música aos olhos da gente.
De tanto fascínio é sua melodia
Da minha Várzea das acácias,
De saia rodada, de tranças coloridas
Ela tão bem faz à minha cabeça,
Assoprando sua gaita de boca.
É o retrato da própria alegria ambulante
E a rua toda pára só pra ver Maria Rita
Levar a música aos olhos da gente.
De tanto fascínio é sua melodia
Que traz ligeiro ritmo à abundância
De tudo o que não temos. Sem exageros,
E, num átimo de segundo,
Perfuma a alma do vilarejo,
Ao hipnotizar pelos ouvidos com aquela sinfonia.
Na calçada da igreja-matriz de São Pedro apóstolo,
Perfuma a alma do vilarejo,
Ao hipnotizar pelos ouvidos com aquela sinfonia.
Na calçada da igreja-matriz de São Pedro apóstolo,
O céu parece chegar mais perto, de certo,
Só por causa do vialejo daquela menina-moça,
Glamourosamente vestida de chita
De flores miúdas, tão pobrezinha,
Mas que deixa a vida do feijão com arroz
Com um gostinho de manjar dos deuses.
Tudo em razão de sua cantiga de encantar,
Que faz a própria tristeza, que era real e grande,
Só por causa do vialejo daquela menina-moça,
Glamourosamente vestida de chita
De flores miúdas, tão pobrezinha,
Mas que deixa a vida do feijão com arroz
Com um gostinho de manjar dos deuses.
Tudo em razão de sua cantiga de encantar,
Que faz a própria tristeza, que era real e grande,
Desmoronar-se junto com as dores da lida,
Que parece tirá-las com a mão, sem demora,
Toda vez que se faz presente com sua gaita mágica.
E a gente só sente os pés no chão
Quando ela some a tocar levando consigo
Toda vez que se faz presente com sua gaita mágica.
E a gente só sente os pés no chão
Quando ela some a tocar levando consigo
As almas passantes além das quatro bocas da rua grande,
Dobrando a esquina da bodega de Seu Olival.
O som mágico extraído do pequeno instrumento
Deixa-me flutuar divagando livre mente em imaginações.
Eu vejo tanta poesia jorrando em música.
Sinto-me levitar, ainda entrelaçado pelo som da gaita.
Acorda, menino! Cuidado, senão essa loucura te pega,
Dobrando a esquina da bodega de Seu Olival.
O som mágico extraído do pequeno instrumento
Deixa-me flutuar divagando livre mente em imaginações.
Eu vejo tanta poesia jorrando em música.
Sinto-me levitar, ainda entrelaçado pelo som da gaita.
Acorda, menino! Cuidado, senão essa loucura te pega,
Pode deixar-te biruta, do tipo que sai atirando pedra na lua!
O grito lúcido da vida real não me alcança.
Eu me acho longe, a viajar junto, alheado,
O grito lúcido da vida real não me alcança.
Eu me acho longe, a viajar junto, alheado,
Ao encontro daquele divino som que emana
Da boca da Maria Rita, a menina maluca.
E, quando acordo desse sonho, a estas alturas,
Já me pego a caminho de casa, contente da vida,
Ainda embevecido pela tocante magia do vialejo
Que ainda canta dentro do meu peito,
Como se estivesse recém-acordando num domingo
E, quando acordo desse sonho, a estas alturas,
Já me pego a caminho de casa, contente da vida,
Ainda embevecido pela tocante magia do vialejo
Que ainda canta dentro do meu peito,
Como se estivesse recém-acordando num domingo
De um sonho bom, ao doce deleite, de súbito,
Que ora faz feitiço
Que ora faz feitiço
Na cabeça deste poeta menino.
Teu poema,João,me fez caminhar ao teu lado,ouvindo a doce melodia,da doce Maria Rita...e fui até a vila e fiquei perto de ti,admirando o doce encantamento daquela notas musicais...
ResponderExcluirBjssss,amigo Poeta,e aplausos de pé ao teu poema,
Leninha
Joâo, Um filme! Camarada, adorei este texto.
ResponderExcluirMuito bom
Um abraço
gostei.. dá para ir junto..
ResponderExcluirbeijos..
Boa noite..e como me encantou Maria Rita, nao tinha medo de nada e na sua loucura era feliz...Lindo! abraços
ResponderExcluirDe gros bisous à vous...
ResponderExcluirComo me encanta ler-te! Estou sem palavras amigo!
ResponderExcluirEstive ausente por uns dias, agora de volta colocando tudo em dia! Tem post novo! Abraços
Um pedaço da minha infância fui revendo em seu poema-oração de vida! ..."De flores miúdas, tão pobrezinha, Mas que deixa a vida do feijão com arroz Com um gostinho de manjar dos deuses".
ResponderExcluirAbraço e obrigada pelo "remember"...
Célia.
Que belo texto, gostei demais!
ResponderExcluirParabéns!!! Apareça amiguinho.
Beijocas e uma ótima semana.
Eu sou suspeito em falar, em elogiar, pois sou fã demais do poeta em tela. Ele é simplesmente fantástico. Se editar seu livro, ó poeta vais ficar rico... quero presentear todo mundo com um exemplar dos seus textos-vida-poema. Muito sensacional, dez, mil... Te admiro bastante, cara!
ResponderExcluirJoel Lucas Marra,
UbB - Brasília.
PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS!
ResponderExcluirPARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS!
PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS!
PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS!
... ÉS MESMO FANTÁSTICO!
BELÍSSIMO TEXTO. ADOREI.
ABRAÇOS. JÁ ESTOU TE SEGUINDO.
CLÁUDIO GONZAGA LINS SOUTO (CACAU SOUTO),
CARTUNISTA.
Sou teu fã, e o serei sempre. E que texto. Que poema mais lindo, parece um filme passando na minha cabeça, com um roteiro bem delineado, de fazer inveja. Que perspicácia, que verve viva e poética, que percepção divinal. És um poetaço!
ResponderExcluirA ti todas as loas!
Abraço,
Monanza Barata Ribeiro,
Professor de Letras e cinéfilo - UnB.
Beleza de texto. Belo poema da menina gaitista de boca. Lindo. Lindo! Amei de paixão o seu blog. Encantador seu poema. De uma sensibilidade sem par, és único, ó poeta magnífico. Abraço carinhoso,
ResponderExcluirAdeline Bitencourt Veronezzi,
São Paulo-SP.
Que alegria que trazes em tuas letras. Quanta luminosidade e encanto em doces palavras a soar feito música na cabeça da gente. Tua poesia contagia a todos. És um grande poeta, cada dia se tornas melhor. Teu blog é o que de melhor encontrei ultimamente na blogosfera. Continues assim, iluminado e entusiasta. PARABÉNS!
ResponderExcluirLeonardo Brás Coutinho (LÉO BRÁS)
Dizer que és fantástico seria redundância! Mas realmente vir aqui te ler é algo que causa grande satisfação. Gosto da tua poesia, de tudo que escreves. Sou tua fã, e o serei desde sempre. Te sigo com toda alegria. Parabéns por seres essa pessoa tão gigante com tua poesia.
ResponderExcluirÉs um fenômeno! Adorei tudo aqui. E vou voltar para ler mais. Até logo!
Vera Mota Néry.
Olá, poeta Ludugero,
ResponderExcluirTu sabes fazer poesia.
E da melhor qualidade,
que nos prende do começo ao fim.
Felicidades e felicidades!
Joubert Salles,
Bancário.
Que texto magnífico!
ResponderExcluirJá estou a te seguir. Gostei muito dos seus poemas, e esse da gaita da menina me tocou na alma. Muito bom, mesmo!
Muitas alegrias e saúde.
Teu coração é mesmo iluminado.
Sou muito teu fã. Abraço.
Victor Moreira Gonçalves.
Santo André - SP.
Sua poesia tem encanto e magia. E leva a gente junto com a música que emana da gaita da menina doida. Deixando-nos doidos de alegria, de bem com a vida. Que maravilha de texto. Carinhosamente,
ResponderExcluirMércia Antunes.
Vitória - ES.
Oi, menino poeta Ludugero, boa tarde!
ResponderExcluirFiquei muito emocionada ao ler seu lindo poema.
Que satisfação que me deu, muita alegria e uma luminosidade que me deixou boquiaberta. Escreves de uma forma muito gostosa de ler, parece música a tocar a alma da gente. Parabéns!
Sinceramente,
Lívia Brotas Di Pietro. UnB. Brasília-DF.
Ó poeta João, tu és o cara! Fazia tempo que não lia algo assim tão descontraidamente, um texto simples, autêntico e genuinamente belo. És único e o sucesso do teu blog é certo, tá aqui pra todo mundo ver porque atrai uma legião de fãs. E só aumenta o número dos teus seguidores. Gostei bastante do que tenho lido. Muito, muito bom. Parabenizo a ti, ó caro poeta Ludugero! Abraços,
ResponderExcluirVicente Queiroga Bastos,
Professor de Educação Física.
Caro Poeta João Ludiu Gero,
ResponderExcluirBoa tarde!
Poesia e imagens num entrosamento perfeito. Meus sinceros parabéns
pelo blog e pela tua excelente poesia!
Maria Jesuína Marion Vasquez-Blanco,
Escritora.
Querido poeta Joan Ludu Gero,
ResponderExcluirExcelente blog y un hermoso poema. Usted tiene el don de aferrarse a las palabras de los sentimientos y la grandeza de la belleza de las cosas simples. Su poesía es música para nuestros oídos y se puede ver y sentir toda la alegría de la música que se hace eco de sus letras bien elaboradas y bien delineada por la experiencia y la generosidad de sus escritos en favor de la vida, el amor y la esperanza. Texto brillante y hermoso marco de ruido, color y alegría de un verdadero sol para iluminar la vida de ciertas personas que caminan por la vida sin, distribuir formularios a ser humildes en su hermoso poema riquezas.b. Bella aún! Enhorabuena, poeta Ludu Gero, más sincera enhorabuena! Usted es un milagro que puede leer y releer. Voy a volver aquí, abrazos.
Zulay Ferrajolli Hernández.
Oviedo - España.
Olá Poeta...
ResponderExcluirMúsica/Alegria: encantam, enfeitiça,rejuvenesce, perfuma, enleva e energiza a Alma da gente...
Maria Rita sabe viver...
Uma Semana cheinha de Amor pra ti !
Grande Abraço.