LUDUGERÁVEL EM PEDRAS,
por João Maria Ludugero.
Não me deixo esbugalhar…
Vou amontoando outras lascas
Desde a meada ao desvario
Vou construindo novos poemas,
Vou rumando pelas quatro bocas
Atravessando a rua das pedras...
Recrio minha vida, dia-após-dia, sempre, sempre.
Removo pedras e planto flores, lírios e beldroegas.
Pelos espaços da lida faço puxa-puxas e quebra-queixos.
Recomeço destemido, depois do coração partido
Ainda cuido das ervas-doces da horta
E arredo de lá as ervas-daninhas...
Escancaro a vida medonha,
Estilhaço no quebra-potes,
Sou arteiro levado da breca.
Uso temperos, sal e garapa
Que completam um poema.
Vivo no coração dos meus filhos.
E dentro da competente peleja,
Pretendo ficar na memória
Das gerações que hão de vir.
Este engenho é para uso
De todos os amantes oásis-meados
Na sede de viver, a contento.
Retomo a minha parte na lida,
Sem carecer de ser cabotino.
Vou a estas páginas em desafio
E não entravo a quem entretido
Se achegue a saciar sua sede
Na fonte da poesia, sem escorregar
Além da linha do atrevido meio-fio!
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