Sem a pecha de proibido,
Que me encete a arder
A alma antes do estanque,
Que não me extinga a sede
Em promessas mirabolantes,
Em promessas mirabolantes,
Que não me faça estátua de sal
Ao olhar para trás,
De súbito,
De súbito,
Que não somente
A pena me adocique,
A pena me adocique,
Que não me cure só pra ser
Mais um simples mortal.
Laico ou lascivo, eu preciso me pintar
Ao pintar o sete no arco da tua íris, de certo
Abortar nossoutros medos reticentes,
Deixar o diabo de quatro pasmado
A se perder num raio que o parta ao meio,
Fazer o danado sentir-se insignificante,
Encurralado ao ponto de se sentar
Contorcendo-se em cima do próprio rabo.
Mas nem por isso, vou deixar de degustar a maçã,
Vou esculachar a serpente, de vez,
Apertar suas presas num cadinho,
Instilá-la a provar do próprio veneno,
Macerando toda essa ideia de pecados.
Comê-los sem culpa, assim e assado,
A se perder num raio que o parta ao meio,
Fazer o danado sentir-se insignificante,
Encurralado ao ponto de se sentar
Contorcendo-se em cima do próprio rabo.
Mas nem por isso, vou deixar de degustar a maçã,
Vou esculachar a serpente, de vez,
Apertar suas presas num cadinho,
Instilá-la a provar do próprio veneno,
Macerando toda essa ideia de pecados.
Comê-los sem culpa, assim e assado,
Com temperança, afastar os ranços.
Rasgar o verbo e a escrita,
Oito ou oitocentas vezes, se for preciso.
Rasgar o verbo e a escrita,
Oito ou oitocentas vezes, se for preciso.
Virar o mundo de ponta à cabeça
Só pra provar de todos as delícias,
Sem juras nem dietas, de modo
Sem juras nem dietas, de modo
A transitar entre opostos, a gosto
Mesmo que ao fim do juízo diverso
Venha o apelo à sentença imposta.
Venha o apelo à sentença imposta.
Quero me permitir agora-já, sem frescuras,
Ser lúcido, louco, ávido, sem placebos,
Ser lúcido, louco, ávido, sem placebos,
Até que a vida me detenha impávido.
Justo eu que há tempos não me embriago,
Aqui botei pra rasgar na dose, sem chicoteamentos,
Me escancarei a entornar conscientes licores,
A me embriagar em tragos de Poesia.
Poesia que me faz esquecer
De morrer tão cedo,
De morrer tão cedo,
Que não me deixa à mercê
De nenhum cianureto,
De nenhum cianureto,
Muito menos dos frascos de estricnina
Que a tal moça suicida largou lá em casa.
Se é pra viver,
Que me venham os cabelos brancos
Deixa eu morrer de velho!
Que me venham os cabelos brancos
Deixa eu morrer de velho!
De preferência a me lambuzar inteiro,
Sem neuras, antídotos ou papas na língua,
Quero ser arauto verbal dessa força
Que jorra aos quatro cântaros e não se prostra
Sem neuras, antídotos ou papas na língua,
Quero ser arauto verbal dessa força
Que jorra aos quatro cântaros e não se prostra
Ao arranhar o céu da tua boca nunca insossa,
Quando esplêndido me deleito
Na panaceia do teu colo,
Na panaceia do teu colo,
Apreciando o fruto
Não proibido do jenipapo.
Não proibido do jenipapo.
Eu completamente embriagado,
Mas de Poesia,
Por todos os lados.
Mas de Poesia,
Por todos os lados.
João Ludu, já me apropriei desse modo de te chamar, se manga não, mas estou de volta por aqui para te indicar um mimo lá no blog, entre meus amigos. Passa lá que nessa troca de versos nos embriagamos de poesia...
ResponderExcluirRetribuindo a visita feita.
ResponderExcluirMuito bonito seu blog, com literatura bem cuidada. Parabéns, Ludugero!
Abraço,
Jorge
Gostei muito do seu blogue e fiquei satisfeita
ResponderExcluirde ter encontrado o meu e se ter registado.
Tenho um mais recente: http://sinfoniaesol.
wordpress.com mais virado para a poesia e nele
insiro, com os devidos créditos, trabalhos de
outros blogues. Permite que coloque lá algo
seu? Pode dar uma vista de olhos ao memso para
ver se é digno de ter um trabalho seu.
Beijinho
Irene
Ludugero
ResponderExcluirAqui estou a ler sua poesia, "completamente embriagada, mas de Poesia por todos os lados".
Não há tempo para mais nada...
"Até que a vida nos detenha impávidos
Na Poesia que nos faz esquecer
...De morrer tão cedo "...
Belo poema que transborda por todos os lados, sensibilidade, força, amor, desejos e revolta.
Um abraço,
Maria Luísa
grande poesia, grande desiderio di vita e di esplodere fuori dalla vita di sempre
ResponderExcluirEres grande poeta bella poesía la fruta no pribida que buen concepto tu poesía enborracha de tantas imagenes que describes escribes muy bien.
ResponderExcluirBesos que tengas un feliz día.
Parabens pelo Blog, muito legal e divertido.
ResponderExcluirestarei sempre por aqui.
Feliz quarta-feira
R.M.
Amigo muito obrigada por permitir. Já inseri
ResponderExcluiro seu poema: "a folha que caiu no meu poema"
gostei muito.
Iremos nos visitando.
Um beijinho
Irene
Beautiful blog! Thanks for visiting me and the nice comments!
ResponderExcluirMaravilhoso o seu blog, parabéns!!!
ResponderExcluirVou te seguir, tá?
Passe no meu, se gostar... me siga também, viu? rsrs.
Tenha um ótimo final de tarde.
http://palavrasqueabracam.blogspot.com/
Mil gracias amigo por tu visita me alegra mucho que te guste mi espacio a mi tambien me gusta mucho tu blog siempre serás bienvenido a mi rinconcito, no estoy escribiendo muy segudo por el tiempo, te invito a conocer mi otro blog.
ResponderExcluir{Acciones del Alma}
Besos que tengas una bella tarde.
Ludugero, você é o que é sem medo de ser. Isso o faz realmente especial. Muito obrigada pela gentil visita ao meu blog. Estou feliz por segui-lo também.
ResponderExcluirNão sou escritora como você, meu blog é simples... mas estou amando fazer. Obrigada pela visita e palavras, volte sempre.
ResponderExcluirTenha uma ótima noite, um abraço.
Adorei texto e blog e já estou seguindo. Volto sempre!
ResponderExcluirMuito obrigada por sua visita!
P.S. Não o encontrei entre os seguidores do meu blog. Algo deve ter dado errado.
Oi João,seu poema inundou o meu dia de luz,de frutos "não proibidos?",e me deixou encantada,tal qual o cantar de uma sereia...e o pomar de Julieta trouxe as estrelas para minha casa...
ResponderExcluirAmei a sua visita.Bjsss,Leninha.
João, embriaguez de poesia por todos os lados é coisa bela de se ver...
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