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quarta-feira, 14 de julho de 2010

MEU PASTORIL VARZEANO


de novo caminharei pela  rua
da saudade, sem pressa,
pelos becos da poesia,
reviverei sem segredos
brincadeiras e folguedos
que dão de cara com as pastorinhas
de seu Joaquim Rosendo
vou tanger boas lembranças
e dançar junto, fazer farra
encarnando a alegria
vou azulejar meu espírito,
banhar-me na brisa mansa
da cantiga que esbarra devagar
lá, onde o céu teve de alongar-se
para tocar as barbas de São Pedro

meu pulso está firme,
o coração ritmado
a bailar com a lua branca
que derrama sua prata na ilusão
pelas tranças de fitas multicoloridas
das meninas varzeanas,
que borboleteiam na luz
a purpurinar a alma da gente
afastando dores, entretendo
suplicando por festa, trabalho e pão

no doce encanto desse solo sagrado
de areia brilhante
de alegria, minério raro,
vou batendo os punhos no peito,
agradecendo e louvando a vida,
pedindo licença  pra mais uma dança

carregado de leveza, vou vivendo
aprendendo com a minha gente
que de alma pacata
caminha de volta pra casa
de corpo feliz da vida,
simplesmente prosseguindo
por ter/ser o que desejara,
dançar junto, de perto,
festejar o bom da lida
aliado ao pastoril
de Bita Inácio e
de seu Joaquim Rosendo

oh, senhores donos da casa,
dai-nos licença, para a festa começar
com as bênçãos azuis do apóstolo
vamos puxar os cordões,
só pra ver a alegria encarnar
fazendo a felicidade desabar
de vez sobre os homens!

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