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quarta-feira, 14 de julho de 2010

'VAMBORA' PRA TERRA DOS CAÍCOS


  Eu nasci perto do rio Joca
  na terra de Cícero Caíco

  com o rio aprendi a correr
  contornar a seca, o estio
  cavei cacimbas,
  peguei na rodilha
  carreguei o pote
  apanhei água no riacho,
  me benzi diante da cruz 
  de madeira amarrada 
  com arame farpado
  
  eu vi ali na minha Várzea
  secas e cheias, 
  enchentes de alagar
  a rua do arame 
  até o oitão de São Pedro

  eu vi roças e roçados 
  o milharal deitado 
  pela força das águas
  e jerimuns serem carregados
  pela correnteza
  eu vi o solo ser fertilizado,
  Vapor, vale abençoado
  
  terra da lenda da mulher 
  que chora, chora e some,
  mas ali não se morre de fome
  apesar de atraírem 
  para outras terras
  propostas sedutoras,
  pode-se até correr o mundo,
  ir-se parar nos cafundós de Judas,
  mas sempre se há de voltar um dia
  para a terra de dona Zidora
 
  onde a gente enterrou o umbigo,
  onde se pode contemplar
  o mais belo cenário, de fato,  
  onde o vento faz a curva no riacho
  a nos trazer a brisa do açude...
  seria inútil o apelo do mar,
  se o Calango nos chama,
  'vambora' pra Várzea dos Caícos!

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