autor: João Ludugero
deságuo de novo
no rio Joca
de águas salobras
de sol a pino
na tarde âmbar
a caminho do Vapor
não tenho pressa
contido em pensamentos
não penso menos
miro horizontes
divago ao vento,
o sangue pulsa na veia
escorre pelo desvão
do rio de Nozinho
que desce
banguela ribanceira
sob o olhar despalpebrado
da solidão
das lavadeiras
do riacho da cruz
ah, Nova Esperança e Gravatá
distantes da gente,
tão pertinho dos preás
dos Seixos
e seus espelhos d´água
que refletem o anil do céu
da Várzea mãe
ali nasceu Mateu Joca Chico
que era amigo de Capitão Gonçalo
que cantou o hino
que fincou o mastro
que hasteou a bandeira
sobre nossas cabeças,
aquela bandeira
cortada por um rio
algodão ornando
duas palmeiras
e o coqueiral
sob o céu varzeano,
de história,
de estrelas inegáveis
a cultura mora ali
muita gente mudou-se,
foi-se embora
morar com Deus,
muita gente chegou
a cidade evoluiu, é outra
e, mesmo quem não veio para construir
acabou varzeamado
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