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segunda-feira, 26 de julho de 2010

SÓ PRA VER DE PERTO A BELEZA

Autor: João Ludugero

Um dia seria cacto.
Outro dia seria flor.
Cacto um dia acaba por dar flor
no meio dos espinhos
e ambos convivem muito bem.
Quiçá um dia serei um jardim?

Se eu chegar a ser uma flor/esta,
quero respirar no seio da terra
sentir o cheiro do mato
encher de bons ares minha vargem
sentir todo o vapor
que resvala rio Joca a fora
quero beber a seiva
das árvores fortes e belas.

Quero o passaredo
cantando nas minhas frondes
quero dar sombra e água fresca
até ao mais simples sebite
quero ser oásis-verde, cacimba
no meio da aridez do agreste
saciar a sede e abrigar a todos
que precisarem de sossego.

Minhas raízes são profundas
fincadas em solo fértil, de beleza,
tão enraigadas que não é qualquer
ventania que virá a arrancá-las.
Deixarei sementes para os próximos
filhos da terra varzeana
e, com eles, delegarei
meus sonhos da natureza.

2 comentários:

  1. Poesia simples, mas de uma força sem igual. Lindo, lindo!
    Seu site está maravilhoso. É para descansar o corpo e a alma, sossegar nesse cantinho de poesia tão aconchegante.
    Beijos,
    Suely Vieira Petrônio
    Brasília

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  2. Para se ver de perto a beleza que se ouve na sua poesia, só abrindo esse coração-'habitat'. Muito agradável lê-lo,
    viu? Bela poesia, interessante e bem simples como tudo o que é belo e cativante. Parabéns, poeta!
    Deuselice Maria Bitencourt
    Guará - BSB

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