Autor: João Ludugero
Um dia seria cacto.
Outro dia seria flor.
Cacto um dia acaba por dar flor
no meio dos espinhos
e ambos convivem muito bem.
Quiçá um dia serei um jardim?
Se eu chegar a ser uma flor/esta,
quero respirar no seio da terra
sentir o cheiro do mato
encher de bons ares minha vargem
sentir todo o vapor
que resvala rio Joca a fora
quero beber a seiva
das árvores fortes e belas.
Quero o passaredo
cantando nas minhas frondes
quero dar sombra e água fresca
até ao mais simples sebite
quero ser oásis-verde, cacimba
no meio da aridez do agreste
saciar a sede e abrigar a todos
que precisarem de sossego.
Minhas raízes são profundas
fincadas em solo fértil, de beleza,
tão enraigadas que não é qualquer
ventania que virá a arrancá-las.
Deixarei sementes para os próximos
filhos da terra varzeana
e, com eles, delegarei
meus sonhos da natureza.
Poesia simples, mas de uma força sem igual. Lindo, lindo!
ResponderExcluirSeu site está maravilhoso. É para descansar o corpo e a alma, sossegar nesse cantinho de poesia tão aconchegante.
Beijos,
Suely Vieira Petrônio
Brasília
Para se ver de perto a beleza que se ouve na sua poesia, só abrindo esse coração-'habitat'. Muito agradável lê-lo,
ResponderExcluirviu? Bela poesia, interessante e bem simples como tudo o que é belo e cativante. Parabéns, poeta!
Deuselice Maria Bitencourt
Guará - BSB