Perambulei pela rua grande
da minha cidadezinha,
rua abaixo, rua acima
sem ser vazio no interior,
não fui vagabundo,
passava sebo nas canelas, sim,
mas não para ter pernas vadias.
mas não para ter pernas vadias.
Ia pelos becos, praças e escolas
de tabuleiro cheio de pirulitos.
de tabuleiro cheio de pirulitos.
Eu fui vendedor deles
quando a vida me vestiu de calça curta,
tão inocente, imaculado tal qual caramelo,
tão puro moleque, eu cria em atravessar o tempo,
a salivar desejos numa vontade doida que só vendo
de cair de boca, de língua afiada por uma lambida de leve,
a salivar desejos numa vontade doida que só vendo
de cair de boca, de língua afiada por uma lambida de leve,
lambuzada frenética, acordada, afoita tão sonhada
de permeio, na tábua de puxa-puxa de dona Zidora,
que me carregava a descolar alguns trocados
pelas quatro bocas da Várzea!
pelas quatro bocas da Várzea!
Mas, ao cair da tarde, de quebra,
nenhum pirulito sobrava no tabuleiro
Vendia tudo... restava só a tábua em frestas
Preenchida só de furos.
E eu, na seca, com água na boca
a chupar o dedo quase feliz,
mesmo sem um fio de confeito,
nenhum pirulito sobrava no tabuleiro
Vendia tudo... restava só a tábua em frestas
Preenchida só de furos.
E eu, na seca, com água na boca
a chupar o dedo quase feliz,
mesmo sem um fio de confeito,
mesmo não tendo sobrado
nenhum rasgo de doce pra mim!
Assim, logo-logo voltava pra casa
nenhum rasgo de doce pra mim!
Assim, logo-logo voltava pra casa
tábua vazia, missão cumprida, no pulso,
contente da lida, refeito, uma mão na frente
e outra na tábua esburacada...
E ao fim, ganhava uns trocados
que me ajudavam a comprar guloseimas
na padaria de 'seu' Nenê Tomaz de Lima.
Certo dia vendi quase nada,
mas não voltei de mão abanando,
esqueci-me de pensar na consequência, e zás!
Eu lá era menino de levar desaforo pra casa!
Num vapt-vupt, resolvi dar cabo ao meu intento.
Travesso, usei da gula tantas vezes reprimida,
com gosto devorei toda a tábua,
sem me preocupar com papéis, ao sabor
de balas ao dente, puxa-puxei, com cautela
para não quebrar o queixo.
Até grudei no céu ao deleite,
até a boca arrepugnar,
até enjoar de tanto doce.
Mas quer saber de uma coisa:
nunca me arrependi
do desenrolar deste acontecimento!
Fui vendedor de pirulitos, sim,
e num belo dia me fartei deles!
contente da lida, refeito, uma mão na frente
e outra na tábua esburacada...
E ao fim, ganhava uns trocados
que me ajudavam a comprar guloseimas
na padaria de 'seu' Nenê Tomaz de Lima.
Certo dia vendi quase nada,
mas não voltei de mão abanando,
esqueci-me de pensar na consequência, e zás!
Eu lá era menino de levar desaforo pra casa!
Num vapt-vupt, resolvi dar cabo ao meu intento.
Travesso, usei da gula tantas vezes reprimida,
com gosto devorei toda a tábua,
sem me preocupar com papéis, ao sabor
de balas ao dente, puxa-puxei, com cautela
para não quebrar o queixo.
Até grudei no céu ao deleite,
até a boca arrepugnar,
até enjoar de tanto doce.
Mas quer saber de uma coisa:
nunca me arrependi
do desenrolar deste acontecimento!
Fui vendedor de pirulitos, sim,
e num belo dia me fartei deles!
Que a Vida te traga sempre tabuleiros de pirulitos e possas com teus inúmeros amigos e admiradores desfruta-los....És uma pessoa pura, iluminada, até teus pecadilhos relatas com graça...Abraço amigo, amigo!
ResponderExcluirUma traquinagem dessas os anjos conspiraram a seu favor... Depois, crescemos e deixamos esquecidas essas memórias infantis que alicerçaram nossas memórias afetivas e emocionais de hoje - adultos! Adorei sua viagem entre pirulitos e tabuleiros! Abraço da Célia.
ResponderExcluirCaro amigo
ResponderExcluirAo ler as suas palavras,
as lembranças
me fizeram voltar
no tempo...
Que os sonhos te habitem
o coração, sempre...
Nossaa adorei seu post bom demais!
ResponderExcluirEspero que tenha um ótimo fim de semana!
Apareça no Alma!!
Um dia tens que me emprestar os teus olhos. Um dia apenas. Quero ver o mundo contigo, um dia:)
ResponderExcluirIrene Duarte, da Casa da Poesia, disse:
ResponderExcluirÉ PRA SENTIR MUITO ORGULHO DE SI MESMO!
Além de ser uma história muito bonita,
um texto bem feito e emocionante!
PARABÉNS!!!...
Irene Duarte
Luna Sanchez (Jardim dos Girassóis) disse:
ResponderExcluirAh, estou me sentindo
com 8 anos de idade,
que delícia!
=)
Beijos.
hesseherre, do blog Casadaçogra, disse...
ResponderExcluir"MEIRE QUERIDA, O SITE DESTE ILUMINADO - QUE NUNCA SERIA UM POLÍTICO LÁ EM BRSÍLIA, POSTO QUE É VERDADEIRO - É http://ludugero.blogspot.com/
UM GRANDE ABRAÇO.
LUDUGERO, NÃO ESQUEÇO AS PALAVRAS COM QUE VISITASTES MEU HUMILDE BLOGUE...V. NÃO ESCREVE POESIA, V. FAZ HEMORRAGIAS POÉTICAS....BENDITO HEMOFÍLICO DO CORAÇÃO. ABRAÇO."
Ó poeta Ludugero, ser de luz própria, estelar, guerreiro de luz das letras bem ditas, venho aqui te dizer da tua importância nos meus dias: depois que "viciei" no teu blog, por causa da tua poesia, hoje sinto que tem criaturas muito abençoadas, és um poeta-bálsamo de acalentar a alma da gente... Verdade, tu tens essa magia ao escrever, escavas direto no coração e infiltra potavelmente veias e capilares, direto no cerne do coração...É isso. TE ADMIRO e serei tua fã, sempre. Bateu a emoção, me empolguei,mas precisava te dizer isso.
ResponderExcluirSou estudante de Medicina em São Paulo e, vez em quando invento de escrever alguma coisa. Mas não tenho esse dom que em ti é nato.
Grande abraço,
Camila Cintra Albuquerque Mendes.
Já estou te seguindo. Como não segui-lo, como não amar sua poesia?
Tua poesia é doce, são letras que adocicam a alma da gente. Eu? com tua poesia me vi lá em Araxá, pelas praças, a me lambuzar de pirulitos... Lembrei-me de seu Zuza pipoqueiro que também vendia pirulitos e gritava: "Quem vai querer pirulito, olha o pirulito, enroladinho num papel e enfiado num palito?".... Chorei. De emoção, pois tua poesia me fez viajar de volta a um tempo bom da minha vida. Beijos.
ResponderExcluirEunice Nogueira Pierre Lins.
Estudante de Jornalismo.
Tua poesia veio que veio a me ninar!
ResponderExcluirAmei de paixão. Quem te deu esse dom de poetizar tão divinamente? Deve ter sido DEUS. Com certeza!
Augusto Henrick Damasceno Leivas,
Seminarista - Legião Agostiniana.
Comentário de Luciah López,
ResponderExcluirda Casa da Poesia:
Feliz é aquele que pode saborear estas guloseimas. Feliz é aquele que sabe reconhecer o valor de cada pessoa que existiu em sua vida acrescentado 'sabores' que mais tarde seriam transformando em poesias. Feliz seja você meu amigo poeta, hoje e sempre!
LL
ZAYMON ZARONDY, da Casa da Poesia disse:
ResponderExcluirUm texto delicioso
de dar água na boca,
rsrsrs.
ZAYMON ZARONDY,
Eu também escrevo poesia. Fiquei deveras fascinado pela sua poesia e o modo como você faz poesia, simples, direto, encantador. Virei seu fã. Vou ter que ler seu blog sempre. ADOREI, mesmo! MESSIAS ANDREATO NEVES - LAGO SUL - BRASÍLIA.
ResponderExcluirPoeta João Ludugero,
ResponderExcluirFazia um tempão que não lia algo assim tão cheio de sentimento conjugado com a razão. Seu estado de espírito é algo maravilhoso, refletido na sua poesia esplêndida.
Estou deveras fascinada com seus poemas. Fantásticos mesmo, repletos de emoção, de palavras simples que levam a alma da gente a pensar junto, a discorrer nas entrelinhas de sua poesia maravilhosa. Acredite, você pode ir muito longe com sua poesia.
Quero mais e mais.
Abraços,
Ligia Bernardes Ventura - UnB - Brasília.
Seja o que for, mas que seja com carater, humildade como voce sempre faz com teus textos, poemas, poesias...sempre gostosos de ler e que nos faz viajar no tempo, recordar, reviver...parabens, adorei! abraços
ResponderExcluirComentário de Ingrid Caldas,
ResponderExcluirda Casa da Poesia:
uau! que delícia em versos..
saboreei cada um..
beijo Ludugero..
Renato Baptista disse:
ResponderExcluirQue coisa... são momentos, gostos e cheiros que nunca se perdem no tempo...belo escrito amigo.
Renato Baptista
Abraços* Casa da Poesia.
Oi Ludugero, seu blog é vívido, cheio do seu pulsar, da sua inquietude... Lendo este seu poema relembrei o vendedor de pirulito da minha infância...
ResponderExcluirMas permita-me opinar sobre algo técnico, que é uma questão de gosto (e, por isso, imagino que você vá discordar): o texto em letras brancas sobre fundo negro cansa a vista rapidinho... Se algum dia voce for mudar o visual, pense neste quesito "conforto da visão" (não sei o termo técnico para isto, na área de diagramação).
Abraços.
mardin
ResponderExcluirmersin
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ResponderExcluirshow
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