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quinta-feira, 22 de julho de 2010

VÁRZEA: A MENINA DOS MEUS OLHOS

Autor: João Ludugero

É gratificante ver o rio Joca, ávido,
ir lá e enterrar os pés na areia, 
partir rumo ao Vapor,
abrir os braços ao vento,
deixar o sereno molhar o rosto
ver de perto a menina dos olhos,
minha Várzea de dona Rosa
de Seu Antonio Ventinha.

Há dias de vida que me sabem o sol
já acordo e dou de cara com a luz,
de pronto, desperto e vou direto
ao encontro das tintas de Deus
ver o que a minha terra tem de sobra: beleza

Há dias que essas coisas simples 
aumentam tanto meu tempo, não fazes ideia,
que permaneço boquiaberto, admirado 
diante de tantas dádivas, de presente,
que sou incapaz de lhes acrescentar palavras, 
pois logo saberiam a redundância.

Portanto, deixo o silêncio poetizar assim.
Eis-me calado, descalço, de pés na areia,
sem pressa, mais uma vez, faço versos
com o intuito de aquecê-la, minha Várzea.
Logo, desprezo o talento misterioso
de fazer correr o tempo.

Deixo ele passar a seu tempo...
enquanto vou limpando a vista
contemplando esse chão de estrelas. 

Um comentário:

  1. Caro poeta João Ludugerro, muito belo o seu poema, gostoso de se ler...Realmente, poesia é algo que nos alimenta o espírito. Estou muito satisfeita com esse texto que me deixou mais leve, com a alma leve. ADOREI!
    Abraço,
    MARINA

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