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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

ASTUTA VARZEANIDADE, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

ASTUTA VARZEANIDADE,
por João Maria Ludugero



Há vertentes, há Formas,
Há uma seara de seixos entre os lajedos,
Escorrem lágrimas de saudades no Itapacurá,
E uma vasta presença de juazeiros que reverdecem no estio,
Mas, nada que me engasgue ou esbugalhe a varzeanidade.
Sou bem-te-vizinho do Vapor, de costume agreste,
Que desfolha os estardalhaços desafinados em cantiga
Que me dão sustento, apesar dos ventos de outrora,
Sou de assanhar até mesmo os pelos da venta!
Astuto, quero mesmo a afoita fúria dos suplícios
A indignação necessária para dar voz às palavras advindas...
Talvez seja inocente a saudade, que mareja meus olhos d'água,
Do gosto dos manjares das regalias, dos brotes, das raivas, 

Dos sequilhos, dos bolos-pretos de dona Zidora Paulino 

E dos flandres das soldas de dona Carmosina...
Na boca se desmancham carrapichos feitos por Marinam de Lica
Junto à Várzea das Acácias, seara enxuta onde se lavram tantas letras.

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