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domingo, 2 de fevereiro de 2014

VARZEAMADO, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
VARZEAMADO,
por João Maria Ludugero 

Acho que já me vou sair a andar por aí e fingir que nem me vi... 
Se alguém perguntar por mim, vou dizer que me vi por aí. 
Quero dar um tempo de mim, me desprender de faz de conta, 
Renovar minhas esperanças pela trilha dos achados, 
Sem medo da cuca me pegar destemida e avassaladora 
E tão logo me causar reais e magníficas loucuras; 
Se me virem por aí, digam que eu fugi, fui passear no beleléu 
Montado na tal da burrinha da felicidade, com o fito afoito 
De ir a um açude ou a uma potável cacimba do rio Joca 
Apanhar água com uma peneira... porque eu consigo chegar lá... 
Ouvindo a cantiga das horas, desbragadamente fora do laço 
Do meu coração passarinheiro...Livre, leve e solto, a correr dentro. 
Se alguém me ligar, perguntando de paradeiro, se fugi desvairado… 
Ah, direi apenas que me perdi num vendaval pelas quatro bocas, 
Que me elevou a chupar manga num arisco canteiro dos Seixos 
Bem aonde Judas perdeu as botas, graças a Deus!

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