MEMENTO MORI II,
por João Maria Ludugero
No cubar da formiga que o calçado esmaga;
Mosca enredada na teia da astuta aranha;
UTI's lotadas de vidas que resistem ou desistem;
Alarido de sirenes de ambulâncias que partem;
Eis algum 'memento mori' de vasta gula
Eis um ávido açoite que a todos mastiga.
Cada segundo uma abrupta mordida,
Que nos arranca o instante a dentadas.
Dia-após-dia, miríades são devoradas.
Cada vida no adeus de uma piscadela.
Talvez viver não passe de um palco
E o cosmo girante um grande cenário horizonte além
Onde impõe-se que a pálpebra se feche lusco-ofuscada
Como se deslancha e cai no teatro ao desvão a cortina.
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