A ETERNIDADE DO QUE FICA:
O ESQUECER É LEDO ENGANO,
por João Maria Ludugero
Não só de manjar, mas de novo acredito com afinco
Que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Mas apenas nos iludimos, julgando ser proprietários
De tantas quimeras, donos das coisas,
Dos instantes e da vida dos outros.
Apesar de trazer o coração partido,
Comigo sempre caminham todos os mortos que amei,
Todos os amigos que se afastaram,
Todos os dias felizes que nunca serão apagados.
Não perdi nada, apenas a ilusão, a escorrer dentro e alto,
De que tudo podia ser meu para sempre...
E só ficou o que vivi, o que oro sinto a transbordar
Depois de tantos sóis,
Depois de tantas luas,
Ensolarado, enluarado, entretido em novos lumes
Aos solavancos, pelo interior
Da minha constante lida...
Sou feliz e vou cicatrizando as feridas
Da árvore que chora sangue após a poda!
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