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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

VÁRZEA-RN EM DESFRUTE DE BEM-TE-VI, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  






 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VÁRZEA-RN EM DESFRUTE DE BEM-TE-VI,
por João Maria Ludugero

Canta o bem-te-vizinho
Do outro lado da Várzea,
Mais um pássaro dourado
Na surpresa na tarde amena -
Na florzinha de acácia de verdade
Bebe o astuto passarinho 
Néctares de amoras pretinhas -
Nas patas todas manchadas se acha
A prova do crime lusco-ofuscado. 

Na terra agreste 
O filhote do bem-te-vi
Cisca sem direção 
Flores de acácia pelo chão
De dentro, agora cobrem os tapetes
Amar-elos amor-tece-dores,
Na cerca farpada de arames
Ramos de amoras vermelhas
Doçuras à vista!
No quintal da escola,
Gritos e bocas tingidas
Pitangas maduras.

Recomeço do dia -
Trinados de bem-te-vis
Fazem a festança
Manhã no pomar -
Camisetas das crianças
Manchadas de cajá e amoras 
Dentre galhos carregadinhos -
De flores de acácias.

Amoras maduras -
Crianças com bocas roxas
Cutucam os galhos.
As bocas manchadas -
Onde estão as amoras
Que aqui se esgueiravam?

Chegada ao recreio -
Ante o brilho das acácias
Olhos para o alto
Tenho muita pressa -
Pitangas ainda verdes
À espera da chuva dos cajus
E do canto do bem-te-vi -
Nas mãos afoitas arteiras
Um punhado de umbus
- Última colheita.
Faz o magote de meninos 
Levados da breca por um triz medonho 
Na praça do encontro da algarobeira,
Praça da Fé em São Pedro Apóstolo,
De sentinela no topo da igreja-matriz
Lá da Várzea das Acácias!

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