CANTEIROS,
por João Maria Ludugero.
As mãos em colheitas
Não são cravos, nem rosas
Apenas a braçada do tempo
E o plantio da palavra
-são acenos, são afagos?-
Apenas a inquieta ventania
Sibila pelos ariscos canteiros
Ao logro do íntimo sussurro
De quem por mim não se cala
- Uma busca incessante das favas?-
Na avidez da fome em que me esteio
Nesse rio laranja em que me escondo
Em versos tudo nada ao estio,
Vela flamejante do meu grito
- Um mundo de papel afoito?-
Lavra das palavras que medito
Amor desvairado e amortecido
No verbo me dou, na paixão com afinco
Amando sou a poesia que me aflora...
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