O FIO DA BELEZA DO LOUVÁVEL ENTRETENIMENTO,
por João Maria Ludugero
Não basta cubar a bunda,
Não basta devastar o desejo
De manjar o rio a desaguar no mar.
Não é o bastante abrir os olhos medonhos
E parecer satisfeito em escancarar as janelas
para ver as flores em sua coloração.
É preciso também ser lúcido e louco
Em cair de repente no vão da poesia.
Sem clarão não há canteiros: há ideias em cinzas.
Há só cada um de nós, como um desvario apenas.
Há só uma porta em tramelas, e o mundo lá fora sacudido ao vento,
Bem como um acorde do que se poderia sonhar se a janela se abrisse,
E que nunca é o que se vê quando se abrem os olhares espairecidos,
Mesmo que se dependa das penas e do assanhar dos pelos da venta!
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