por João Maria Ludugero
Não só de manjar-te ou ficar de cubar a lida,
Querer-te é mais do que um instante de loucura
Passageira, és o pão proibido, a ávida fome,
Com dez dedos, graúdos, transbordo em perfumes.
Há avanços; há ânimo nessa toada tão pura...
E daí eu me elevo a gritar por teu nome!
E assim te quero, entretido em estripulias.
A minha ânsia no céu da tua boca se acha
Como brasa em fogão-de-lenha se consome;
Acordo dentro do sonho e, aos solavancos,
Completo o olhar em beleza e volúpia
E trago o peito inteiro cheio de ternura.
Querer-te atrai a noite que transpira ao luar,
Com pratas no cabelo, ímpares sutilezas a contento...
E na meada ao fio do encanto: um nicho de lumes.
E querer-te é como se abrir ao mar.
Nas opalas iridescentes acesas em astúcia
Nadam graças, bailam brilhos, em cardumes.
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