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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

GRITO DE ALERTA, por João Maria Ludugero

 
 

GRITO DE ALERTA,
por João Maria Ludugero

Lavra de palavras em agudeza...
Refinamentos estridentes...
- Não!
Nada disso esbanjarei aqui e agora...
Um poema não é só para te entreteres
A contento aos solavancos de soslaio,
Assim como com esses retratos mutantes
De antigos chocalhos nunca esbaforidos.
Um poema não é simples acervo entardecido
Que te detém para apreciar um afoito detalhe;
Um poema não te convém quando paras no fim do princípio,
Porque um autêntico poema avança contínuo sempre.
Um poema que não te ajude a só conviver astuto
E não saiba preparar-te para além da morte súbita.
Não tem sentido: é um pobre caleidoscópio sonoro
De rebuscadas palavras, a correr dentro e alto da lida.
Há pessoas que esquecem depressa o soprado alarido,
Outras apenas fingem que não se lembram mais...
Ainda resta a oportunidade de bater o chocalho ao alerta.
Ainda assim, sem alvoroço, não dá pra calar um coração partido.

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