A VIDA, O GADO E AS NOSSAS MARCAS
Autor: João Maria Ludugero
E lá se vai o gado a pastar, pastoreado.
A ruminar, mastigar seu sustento, sem pressa.
E lá se vem o gado a beber no açude sua sorte
Por entre arames farpados, marcas e carrapatos.
E o gado suporta ferraduras em brasa, de fato,
Limitado a cercas, cancelas e mata-pastos.
E o gado suporta ferraduras em brasa, de fato,
Limitado a cercas, cancelas e mata-pastos.
A viver sua sina, a comer a ração propícia
A prosseguir no rastro, no manejo do leite,
Passo a passo, domesticada mente,
Passo a passo, domesticada mente,
A esperar a triste choupa certeira
À custa do destino que não escolheu.
Com o azul do céu no pensamento
À custa do destino que não escolheu.
Com o azul do céu no pensamento
Por ter o verde chão sob os pés,
O gado faz do capim seu vasto legado
E, sem saber, puro instinto, nem de longe
De sua possante força de estouro e raça,
Engorda para o corte às arrobas em alta,
De sua possante força de estouro e raça,
Engorda para o corte às arrobas em alta,
E assim, resignado, a ferro e a fogo,
Prepara-se para a morte súbita
Prepara-se para a morte súbita
Em seus currais, em seu confinamento.
Seus poemas são lindos.
ResponderExcluirQuero postar um deles em meu blog de poesias...Com os devidos créditos, é claro!
Um grande abraço
http://gregapoemas.blogspot.com
Que beleza. Quanta ternura!
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