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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

KROL RICE, O DOCE DELEITE E A PADARIA















KROL RICE, O DOCE DELEITE E A PADARIA
Autor: João Maria Ludugero

Outro dia não longe,
A 'estranha' amiga Krol Rice,
Com sua abençoada alma
De menina potiguar, travessa, 
Saída do interior, salvo engano
Ela nasceu em Arez, terra boa
Que, ao que tudo indica, areja
E lhe deu iluminada aura à cabeça,
Não no sentido de santificá-la, mas
De 'estranhadoramente' lhe coroar
Com uma tiara muito bonita,
Que fosforesce sua mente
Entusiasta  criatura, doce 
Diva que me indagou,
Ao comentar um poema
Que fiz para Seu Antonio Lunga,
O vendedor de caranguejo:

- O que fazes, ó poeta, longe da tua terra,
Longe do teu chão, da tua Várzea,
Longe do doce sabor do caraguejo
E do gostoso camarão?

Ah, amiga Krol, vida de cidade pequena, sabe como é...
Pode parecer besteira, mas não pra nós
Que tivemos/temos um pé de moleque a nos seguir,
A nos levar pra lá, que nos passa sebo nas canelas  
E nos faz so/correr, pela poesia afora, e discorrer, de certo,
Sem querer ter hora para sonhar, e voltar pra casa.  
Que saudades de andar no meio da rua, pisar no interior,
Sentar na praça, ir lá na padaria de Seu Nenê Tomaz
E comprar peitos de moça, carrapichos, puxa-puxas.
Que vontade de pegar uma nega-maluca de quebra 
Ou um mané-pelado, assim ou assado, de fato,
Raspar a quenga, preparar a cocada, 
Provar da branca e da preta, de quebrar o queixo,
Matar a vontade, sentir o prazer de se deleitar 
Em papos-de-anjo, roscas e sequilhos.
Comer cocorotes, grudes e brotes,
Molhar o biscoito, se lambuzar
Em pães de mel e sonhos.
Ir na bodega comprar doce de leite,
Se enroscar nos rocamboles, nos bolinhos
De chuva, achar um meio justificável
De prolongar o caminho da padaria
Só pra pular a cerca do quintal da vizinha
Pra pegar pitangas, umbu-cajá  e siriguelas.
Se tenho saudade? Mas nem me fala,
Até revejo meu bolso cheio de balas Juquinha!
A caminhada era como se fosse, e era
O mundo da fantasia, mundo do doce
Do grapete de uva e do Ki-suco.
Onde a gente fazia a festa, com maria-mole, dindim,
Chupa-chupa, geladinhos e outras tantas
Guloseimas capitais, sem pecado. 
Íamos eu, a prima Vera, chiquinho de Antonio Euzébio,
A amiga Terezinha Tomaz de Lima, dentre outros, 
Sem esquecer de Gracinha Bento e de Rosa da Viúva.

3 comentários:

  1. oi, amigo
    amanha venho com tempo
    agora só vim dizer que tem selo no contos ou fatos
    bjus

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  2. Aii... eu adoro, amo muito isso do jeito que escreve...!

    Olha isso!!!

    Simples poesia, escorrendo da veia, exalando das flores do jardim, de uma vida ribeira, de uma terra inigualável sob o olhar de quem encherga... O teu, né?!

    Esse olhar único! Magnifico...

    ^_^•

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  3. Uma poesia... Para mim? ... Estou encantada! Que lindo, que meiguice João! Estou sem palavras. È um presente para mim já que meu aniversário tá chegando (11). Desculpe-me a demora da resposta... Passei uns dias OFF. Estou de luto, meu avô passou desta desta terra para outra... Obrigada mais uma vez! De coração... Abraços!

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