SONHAR COM JABUTICABAS
(O POMAR DE JULIETA)
Autor: João Maria Ludugero
Teu olhar me sorriu
Me jogou estrelas no rosto
Até agora posso lê-las
Na tarde lilás tão bonita
Que o sol teceu no céu,
Na imensidão de nuvens de algodão
Entre outros bichos do poente
E os que desenhei na boca
Do crepúsculo até o anoitecer
Só pra afastar minha insônia,
Agarrado aos teus sonhos e tranças
Só pra dar rasteira em quaisquer medos
E arregaçar as mangas ao descanso.
Tanto assim que agora dormi embalado
Pelo doce encanto de estar deitado
Numa rede no alpendre lá na minha Várzea,
A chupar uma bacia de mangas
E tecer ideais nesse instante longe
Como se fosse possível, de súbito,
Ser arremessado nessa magia...
E não é que fecho os olhos, por um momento,
E logo adormeço a tecer este simples poema.
Empolgado, passo a trepar na velha mangueira
E acordar na velha infância
Como quem viaja ao interior,
A degustar fatias de bolo de fubá,
Com recheio de goiabada cascão
E outras iguarias de dar água na boca,
A me lambuzar no mel do Itapacurá,
Extraído na colmeia do quintal
Da casa de dona Julieta, vó de Edileuza,
Entre as jabuticabas e as pitombeiras,
Admirando as fotografias em preto e branco
Mas que pulam coloridas para meu espanto,
Como se as imagens saíssem da moldura
Que a poesia me levou a sonhar
Para o meio da sala de estar
Acordado nesse pomar de lembranças.
Muito bom! Gostei muito... Abraço.
ResponderExcluirNossa... Que viagem proporcionaste-me agora!!!
ResponderExcluirObrigada ♥
Parabéns vc viajou e nos leva em sua viagem!!! Muito Bom !!! Forte abraço
ResponderExcluirJAG
Parabéns. Meu DEUS, que viagem eu fiz agora. Vc me fêz lembrar da minha infância em Delfinópolis, interior de Minas. Na casa da minha vó, tinha aquelas latas de biscoitos que vinha da fazenda de suas filhas. O pomar, manga coquinha, que eu subia lá em cima e ficava lendo belos livros e saboreando o doce da manga. Que saudade....
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