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domingo, 13 de fevereiro de 2011

NOITE DE CACHORRO DOIDO













NOITE DE CACHORRO DOIDO
Autor: João Maria Ludugero

Altas horas.
O galo já cantou
Tantas vezes.
Alta madrugada.
Na janela passam estrelas
Cadentes vagalumes,
Cometas e outras loucuras
De vênus a outras camisas de força
Vou rasgando a lua, cachorro louco, 
Sou tal qual cão danado a lamber
Os pés de seu cuidador, fielmente.

E até a estrela Dalva se deita,
Se inclina passionalmente
E se desponta toda ao clarão
Dos teus olhos acesos
E felinos a me prender
Sem algemas nem pressa  
Até o sol nascer quadrado
Na cela dessa manhã feliz  
Em que me ensinaste a gostar
Da solidão de ser apenas dois
Sem dó de nós, nenhuma pena.

Essa solidão solidez vale a pena 
Ao me liberar, assim enamorado,
Maior abandonado no teu colo
Sem vergonhas de ter sede
Desse gozo que a vida embala,
Ao ranger do sisal no balanço da rede
E ao perfume do incenso de baunilha,
Aonde acendo meus bichos e agradeço,
De pé, nesse sagrado alta-mor, sem caçoar,
Pela soma desses cheiros de argila,
Esse Vapor que impregna o ar
Com cheiros de terra num cio que excita, 
Cheiro de sereno da manhã molhada
Eu a desfalecer de amores, sem drama,
Graças a Deus, desfaleço resignado
Nos braços de Pietà vestida de chita.

3 comentários:

  1. Cheiros e cores da madrugada que acordam as estrelas de sentimentos e nos movem num mundo diferente.

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  2. Olá!Bom dia!

    Parabéns pela poesia e pelo seu blog!
    Obrigada pela visita!
    Seja Bem-Vindo!
    Boa semana!

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  3. Muito bom poema. Parabéns! Um abraço.

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