Ó Varzeaninha, varzeaninha!
Ainda há pouco, não faz muito tempo,
Apurei com meu olfato esta fragrância
Reduzi a temperatura para encorpar,
Arrefeci os ânimos em banho-maria
Até deixei gratinar bem a confiança
Na esperança de te agradar.
Decorei por fim e a preceito,
A travessa em fios de linho,
Manjar dos deuses num leito
Perfeito de temperança e cheiros
À luz de velas e com bom vinho
Experenciamos outras iguarias
Que jamais alguém julgou ser chique
Servidas com elegância em acepipes.
Não me bastou o pitéu do teu manjar,
Mais me aguçou de guloseimas
Teu doce deleite, a gula capital,
Acendendo ainda mais nosso apetite.
Pena que tudo não passou de uma noite,
Pois acordado sonhei tudo isso, em ultraje.
Era só miragem, ao cair em mim, belisquei-me
No espelho dei de cara com outra face,
Desnudo, perdi a fala, toquei no real
De súbito, abri as cortinas da sala.
E, a rigor, até já me esqueci
Que cheguei ao ponto
De te vestir de gala.
Gostei muito. É impressionante o amor que tem pela sua Várzea. Um abraço.
ResponderExcluirRealmente, caro Côvo, amo esse lugar de paixão. Estou residindo em Brasília já faz um tempão, há cerca de 27 anos, mas nunca abandonei meu rincão: minha Várzea, esse abençoado chão potiguar que tanto me dá chão para continuar acreditando na força desse Amor. Adoro minhas raízes. Não me canso de escrever e envolver esse lugar, acho interessante, é como se fosse algo assim como um oásis quando me sinto perdido, quando bate aquela solidão no deserto da lida. Eu estou em Brasília, mas Várzea está na minha cabeça e no peito, dentro desse cofre que não tem segredo, meu coração é varzeano por todos os lados, cercado por um presente repleto de boas lembranças... Amo muito escrever, amo muito tudo isso... Sinto necessidade de botar no papel, e as palavras me levam, assim, umbilicalmente. Fazer o quê? Estou de bem com a vida! Estou feliz... De verdade.
ResponderExcluirAbraço.