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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

SERENO DESPERTAR











SERENO DESPERTAR
Autor: João Maria Ludugero

Minha terra é riqueza
De um Vapor fértil,
Vale banhado pelo rio Joca
Que traz o agreste verde
Apesar de suas salobras águas
Que irrigam roças, roçados
Reverberando lindos campos,
Ainda mais na estação chuvosa.

À noite calorosa da minha Várzea
Também tem lá suas recompensas,
Tem lá seus temperos, seus regozijos.
Partimos pra dança no Recanto do Luar
Até ao ébrio da nossa alegria incontida
Que vai além da canseira da mulinga
Ao nascer do sol quando 'quilariamos' as ideias
E arre égua, que calor de rebentar a moringa!

Mas, apesar do suor e das mãos calejadas, 
Apesar dos bagos do milho zarolho ou maduro,
Alegra o nosso juízo saber da mesa toda fartura
Ao calar da fome as quatro bocas da gente.
E o poema cultiva horizontes de mãos futuras
E em uníssono pés descalços não temem a lida.

Prosseguem, apesar dos pesados fardos da labuta,
A desvencilhar nossos sonhos acordados, sem desespero, 
Apesar da infinitude dos ariscos caminhos e das macambiras,
Apesar da utopia que nos propomos na meta, na luta
De ver a nossa terra varzeana revigorar, com toda força, 
Na certeza que resserena da cultura de muitos amanhãs!

Um comentário:

  1. Você devia pensar, muito sinceramente, escrever um livro de poesia sobre a sua Várzea. Não lhe será difícil. O amor é um alimento. Um abraço.

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