Autor: João Maria Ludugero
Se eu morrer amanhã,
Se eu morrer amanhã,
Que seja do coração,
Estou certo disso.
Quero-me ir, tranquilo,
Sem estardalhaço,
Cercado dos perfumes
Dos ariscos
Dos ariscos
Das juremas
Dos marmeleiros
Das tardes amenas
Da minha Várzea
E sentir, expirando,
E sentir, expirando,
As harmonias em lume
Do meu berço agreste
Do meu berço agreste
Lá com meus anzóis,
Quero desfalecer ao sereno
Quero desfalecer ao sereno
Feito um passarinho
Fora do alçapão,
A ouvir a cantiga solene
Fora do alçapão,
A ouvir a cantiga solene
Que alegra meu rincão
E faz a festa do passaredo
Pelo Vapor a fora,
Pelo rio de Nozinho
Pelo riacho do mel
Quero espalhar meus poemas,
Quero espalhar meus poemas,
Sair de mim mesmo, expirar-me,
Desencarnar,
Abandonar-me
Abandonar-me
Ao teu solo por amor,
Sem algaravia, sem choro,
Desapegar-me da matéria,
Desencantar-me de vez,
Antes que a vida me leve
De uma vez pra longe
Quero deixar o legado
Quero deixar o legado
Da minha alegria,
Meu desvelo, minha poesia,
Meu desvelo, minha poesia,
Em cada canto da minha casa
Em cada canto do meu lugar,
Em cada canto do meu lugar,
Em cada canto da minha Várzea,
Para todo o sempre!
Para todo o sempre!
Belo poema! Um abraço. Eu, quando me for, nem sei como quero ir.
ResponderExcluirJML visita meu blog... Tenho um selo lá para você! www.krolrice.blogspot.com
ResponderExcluirAbraços!