Autor: João Maria Ludugero
Na verdade, ansioso,
Quero me mostrar,
Jogar as cartas na mesa,
Quero me despojar
Das coisas vãs, insossas,
Jogar as cartas na mesa,
Quero me despojar
Das coisas vãs, insossas,
Das coisas vazias...
De tudo aquilo
Que nada acrescenta
Ao que ora realizo.
Quero limpar meus horizontes
Quero a arte do engenho.
Quero me desfazer
Das falsas regalias
De tudo que não tive.
De tudo que não tive.
Quero a certeza certeira
A vida arteira, afoita,
A vida arteira, afoita,
Quero ser artesão
Da própria vida, de fato,
Alinhar meus prumos e rotas
Da sorte de quem anda de bem
Com a vida vivedeira
Nesse diapasão, sem medo,
Quero não me entristecer e
Deixar a tal felicidade chegar,
Pender útil sobre minha cabeça,
Dar cabo às velhas esperanças,
De barriga cheia, repleto
Deixar a tal felicidade chegar,
Pender útil sobre minha cabeça,
Dar cabo às velhas esperanças,
De barriga cheia, repleto
De alegria e calma,
Sem carecer de arrotar, de súbito,
Sem carecer de arrotar, de súbito,
As mágoas do que não deu certo,
De olhar no espelho e ver
A cara de minha alma contente,
Gritando ao quatro ventos
A cara de minha alma contente,
Gritando ao quatro ventos
Que o mais feio dos patinhos
É não trazer, dentro de si, o belo.
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