Medalha de S.Bento |
Autor: João Maria Ludugero
Eu componho versos
Eu desafio as palavras
Que brilham por si só
Se eu as fio,
Acho a meada
Me amoldo ao tecido
Me visto de nada
Ou de tudo,
Se abunda o sentido
Acho o rumo,
Desfaço as rimas
Mergulho fundo
Quebro o silêncio
Das sombras,
Não tem segredo
Vou correndo
Sem desesperar
Vou direto pra minha Várzea
Me banhar no açude
Vou furtar-cores, sem medo
Feito o Calango no estio
Vou secar de amores
E encher ainda mais o peito
De infindáveis saudades
Daquele meu mundo,
Da vida que tenho
No meu sagrado chão
Do apóstolo São Pedro.
Qu´é qu´eu faço?
Se essa é minha cara,
Não tem outro jeito
Componho sem dó,
Faço minha poesia
De todo santo dia.
Eu escavo, eu escrevo
Acho meu espaço
Acho meu escudo
Rezo meus credos,
Pois não vivo à cata
De aplausos nem grana,
Eu confio nas letras
Prossigo na lida.
Se preciso for,
Sem ser sacana,
Exorcizo meus bichos.
E o resto, não penso duas vezes,
Enfio direto no fiofó
Dos descontentes filhos de satana
"Vade retro!"
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