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terça-feira, 12 de outubro de 2010

COM A MÃO NA LIDA E O PÉ NA TÁBUA


Autor: João Maria Ludugero

Ó, Minha Várzea, 
Se tu soubesses,
Como foi meu desencanto
Quando fui embora de ti...
Quando pude conhecer
De perto o caminho da solidão,
que riscou com faca de ponta
As linhas da minha vida
Nas lidas da minha mão

O destino fez-me coisas diferentes,
Empinou luas cingidas
Longe do céu varzeano,
Cortou-me tranças, à força,
Tal qual Dalila a Sansão.
Deu-me nó cego no peito
Fez-me cortar o coração

E agora a minha poesia
É o que me resta, de certo,
É o que tenho pra me segurar,
É tábua de salvação!

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