Seguidores

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

MEMÓRIAS DA NOSSA VÁRZEA (TRONCHO DE SAUDADES)



















Autor: João Maria Ludugero

Vejo o céu de Brasília
Observo suas nuvens...
De repente, chegam
Os sonhos da minha infância
Em claridades azuladas
Na infinita distância, no desvão
Esfiapadas, vejo no céu
Estas nuvens brancas, cinzas,
Azuladas, carregadas de lembranças
Que se esfuman num instante
E deformam sem cessar
Meu coração varzeano...

Tenho os pés postos no chão
E firmados num vigor
Que avança e não se encerra
Nos sonhos da minha infância,
Que não são sonhos são certezas
Que só encontro na minha terra!

Ó Claridades azuladas
De transparente constância,
Não estou parado no tempo
Não tenho os olhos fechados!
Na infinita distância desde Brasília,
No Planalto Central onde me encontro,
Claridades azuladas
Tingem esse céu toda tarde
Não são sonhos, com certeza
São saudades da minha terra!

Filho que sou dos céus da Várzea
Na agreste terra eu nasci:
Assim como tantos varzeanos
Pelas mãos amigas da inesquecível
Mãe Claudina, à luz do mundo eu vim
E fui logo plantado e criei raízes ali

E, agora nesta seara distante,
Onde a terra do cerrado
Ateia fogo ao céu de JK,
Sou forte botão em flor
De outros climas ardentes
Que seu viço a cor não perdeu.
Não fico triste nem choro
Porque sei que voltarei
A sentir o saudável perfume
Dos campos da minha Várzea,
Que tem o hálito fagueiro
Leve, com grato frescor
À alma - esperança e sorrisos,
Ao corpo - alento e vigor

Ó minha terra natal,
Onde aprendi oração
Na paróquia de São Pedro apóstolo
Onde em criança fiz a minha comunhão.
Várzea da professora Maria Fernandes,
A 'dona Marica de seu Otávio',
Eu bem me lembro com saudades
Das missas aos domingos na matriz,
Não me sais do pensamento

Várzea tu serás sempre
Recordada com carinho,
Desde o rio Joca até ao Calango
Vou te levando comigo,
Até o fim dos meus dias,
Até o fim dos caminhos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário