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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ANTONIO LUNGA, VENDEDOR DE CARANGUEJOS

















Quer saber, vou te contar!
Disso tudo não me canso
Sou da terra do xerém
Da fava, do mungunzá,
Do cajá e do umbu,
Dos Seixos e do Trapiá,
Da arribaçã, do nhambu,
Do teju e do preá...

Sou das terras agrestinas
Do fértil solo varzeano,
Cresci no meio da roça
Do milho e do feijão verde
Da lavoura arranco versos,
Teço a lida, rezo um terço,
E por um mundo melhor
Vou plantando minhas manivas,
Vou tangendo o meu gado para o pasto
Com esperança na algibeira
Vou fazendo a minha vida.

Hoje estou em Brasília
Distante de meu torrão
Convencido de que o tempo
Não muda nosso desejo
Na luta, imito meu povo, avanço
Vou em frente e não fraquejo
Pois na arte de versar
Sou forte e tenho traquejo,
Afinal eu sou da terra
Do 'seu Antonio Lunga',
Vendedor de Caranguejo!

Um comentário:

  1. O que fazes longe da tua terra, longe do teu chão? Longe do doce sabor do caraguejo e do sabor do camarão?

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