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sábado, 2 de outubro de 2010

ALQUIMIA

Faz tempo, ouço um bater
sempterno de cascos
a galopar, a calvagar
pelos teus caminhos sem cancelas
nesse viver incansável
Pela estrada de terra de Zé Canindé.

Intacto me revejo nos mil lados
Desse meu poema.
Na lâmina da água empoçada do rio

Circulam as memórias
e a substância de palavras
que nunca ficarão esquecidas
no desvão da vargem invadida

Sei que há tempos
Te encontro nua a desabrochar...
Sei que nem toda flor desabrocha,
Nem tem endereço certo,
algumas o vento faz desabar
Feito rochas no despenhadeiro:
Livres, leves e soltas ao vento,
Seixos livres da posse
Esperando o ar por vir ex-ter-miná-las

No teu coração de fogo
Escorre um sangue de saudade,
Como se fosse alquimia
A colher o bálsamo
Pra toda a dor
que corre pelos meus versos!

No meu sangue corre um rio,
No teu Joca corre o amor...
Corre muito, em demasia;
Em versos soltos, sem rima,
No meu sangue existe água.
No minha Várzea... há poesia!

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