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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

DEPORTAÇÃO















Só sei de uma coisa
Que todos já sabem:
O destino plantou-me
Ali na minha Várzea
E arrancou-me dali.
E nunca mais as raízes
Me seguraram bem
Em nenhuma outra terra

Contudo, cheguei à seguinte
Conclusão: ter um destino
E não caber no berço
Onde o corpo nasceu,
É como deportar o coração,
Colocando-o num deserto
A céu aberto, longínquo
É não ter norte, de certo,
Nem a estrela Dalva
Nem as estrelas de costume,
Mesmo que disponha
De passaporte,
De alinhadas bússolas.
É como transpor as fronteiras
Uma a uma, e morrer
sem nenhuma...

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