Meu velho açude do Calango,
Aqui me tens, de novo
E por inteiro, como sempre
No verdadeiro gosto de rimar
E de me embriagar de paz
De sol a sol no agreste
verde das tuas margens!
Funda saudade é
A que me traz aqui
Preso dentro de mim,
Sem chaves,
Como o eco infinito,
Sem segredos,
Do teu nome
Saudosamente doce:
Calango!
Nos recessos ocultos
Da minha alma de bom varzeano
Sopram os ventos da inspiração,
Que traçam espirais
Na água verde e calma
Do teu sempiterno encantamento!
E sinto na extensão das minhas veias
Onde, em contínuo anseio, de súbito,
O sangue resvala, estua e salta,
No prenúncio das horas que virão cheias
De bons ventos que hão de trazer
Desde o teu sangradouro
A rima que me falta!
De novo, pois, fraternalmente unidos,
Inundo-me de paz e imensidade,
Sentindo-te refluir nos meus sentidos
Pela lâmina verde-musgo de tuas águas...
E os longes...e a saudade!
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