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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

ACLAMAÇÃO AO CAJU, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACLAMAÇÃO AO CAJU,
por João Maria Ludugero. 

Como te chamas, 
Oh, breve e colorida seara? 
Como te chamas, dize, 
Oh, safra aromática e leve? 
Nana, Nena, Nuca, Nanuca, 
Tereza, Neusa ou Tica? 
Entra, invade a Várzea, 
Adorna o chão de dentro, 
Se espalha na mesa 
E avança na lida 
Do bem-estar dos livros. 

Sei de onde afloras, 
Sei por onde me acastanhaste. 
Vens dos ariscos distantes, 
Dos seixos aromáticos 
Onde as mangueiras florescem, 
Onde há cajás e pitangas, 
Onde os coqueiros se aprumam 
Em possantes viveiros de catolés 
E em noites de lua nova passam 
Rondando o Itapacurá, 
A partir da flor-essência em alma viva, 
Espírito de bons ares da Várzea. 
Invade a nossa casa, 
Enfeita o chão de Joaninha Mulato, 
Muito me agrada estar em tua companhia, 
Porque eu te quero muito bem, doce safra, 
Quer te anuncies 
Encarnado ou amar-elo!

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