ACLAMAÇÃO AO CAJU,
por João Maria Ludugero.
Como te chamas,
Oh, breve e colorida seara?
Como te chamas, dize,
Oh, safra aromática e leve?
Nana, Nena, Nuca, Nanuca,
Tereza, Neusa ou Tica?
Entra, invade a Várzea,
Adorna o chão de dentro,
Se espalha na mesa
E avança na lida
Do bem-estar dos livros.
Sei de onde afloras,
Sei por onde me acastanhaste.
Vens dos ariscos distantes,
Dos seixos aromáticos
Onde as mangueiras florescem,
Onde há cajás e pitangas,
Onde os coqueiros se aprumam
Em possantes viveiros de catolés
E em noites de lua nova passam
Rondando o Itapacurá,
A partir da flor-essência em alma viva,
Espírito de bons ares da Várzea.
Invade a nossa casa,
Enfeita o chão de Joaninha Mulato,
Muito me agrada estar em tua companhia,
Porque eu te quero muito bem, doce safra,
Quer te anuncies
Encarnado ou amar-elo!
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