“Se não levarmos a poesia e a beleza conosco, é inútil percorrermos o mundo. Em nenhum lugar as encontraremos.” (Emerson)
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segunda-feira, 2 de agosto de 2010
UMA FLOR PARA CILA
Autor: João Ludugero
Eu tive a sorte de nascer ali
nessa terra de tanta magia
de onde faço versos achados,
garimpados na bateia
do meu coração varzeano.
Escrever versos assim
com a pureza da alma
de uma simplicidade ímpar,
era mesmo minha ideia.
De vez que nunca chegam
a cair no vazio, asseguro,
pois saltam de rimas cheirosas,
no vasto canteiro da poesia,
terreno arado, bem cuidado,
lavrado no cerne da fartura
de um Vapor vital,
que serena a tarde amena
na colheita da noite ou do dia.
Pelas estradas de chão,
ao som dos canários da terra,
busco as alamandas amarelas
que insistem em renascer
além da Vargem e dos bueiros,
nesse lugar de tantas lembranças
nos beirais das cercas vivas,
sobressaindo dos jardins.
Sol em esplendor
ouro cobre o verde agreste
da Várzea de dona Otacília 'Cila',
a inesquecível e querida irmã
de dona Rosa Marreiros.
Enquanto isso...
no ar se expande o cheiro
de flores e frutas maduras
que perfumam a nova estação.
Abelhas celebram;
não se zangam,
pois os ariscos colorem uma floração:
eclode primavera-verão...
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