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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

VÁRZEA, OXIGÊNIO A TODO VAPOR












Autor: João Maria Ludugero

Preparem-se os pés,
respirem fundo.
Encham-se os pulmões
de ares puros, oxigênio.
Preparem-se os olhos,
se precisar, colírio neles;
preparem-se  os choros,
as lágrimas podem a vista embaçar
preparem-se os lenços,
a saudade pode chegar
ainda antes da partida;
preparem-se os corações,
o peito vai se fartar do cultivo
de amores por esse lugar.

Preparem-se os cestos, caçuás, balaios.
Vamos enfileirar cajus amarelos e vermelhos
nos ariscos, nos seixos e no Itapacurá;
vamos colher as pitangas no Maracujá;
vamos compartilhar a safra
das siriguelas maduras
com o passaredo.
Impossível seria limitar com uma rede,
com um alçapão ou laço de passarinheiro,
o acesso deles
a bicar o fruto encarnado
dos teus desejos.

Sem trégua, vamos experimentar
todos esses sabores de chorar por mais.
Seja bem-vindo a minha Várzea, Cidade da Cultura,
hospitaleira terra das inesquecíveis
comadre Oneide Maurício
e de dona Ana Gomes do Rego.

Venha nos visitar!
O sol está te esperando,
desde cedo, a felicidade mora lá
onde a alegria bate à sua porta
sem ter hora para acabar...
porque a tristeza ali não tem vez,
saiu de cartaz, perdeu as botas
e foi morar na caixa-prego,
faz um tempão. Arrre, égua!

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